ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Interior

Nota atribuída à facção condena execução de jornalista: “covardia”

Na mensagem, PCC ainda teria dito que envolvidos serão cobrados

Jones Mário | 16/02/2020 08:31
Jornalista foi assassinado em casa, quando jantava com a família (Foto: Reprodução/Facebook)
Jornalista foi assassinado em casa, quando jantava com a família (Foto: Reprodução/Facebook)

Atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), mensagem que circula em grupos de WhatsApp desde sábado (15) condena a execução do jornalista Lourenço Veras, o Leo, e classifica o ato como “covardia extrema”. A facção é apontada pelas investigações como suspeita do assassinato, ocorrido na noite da última quarta-feira (12), em Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Porã (MS) - a 323 km de Campo Grande, capital sul-mato-grossense.

O suposto comunicado do PCC tem data do dia 16 de fevereiro, hoje, mas foi noticiado pela rádio paraguaia Futura 97,5 FM ainda no sábado. O jornal ABC Color, também paraguaio, publicou captura de tela com a nota.

Comunicado atribuído ao PCC circula pelo WhatsApp desde sábado (Foto: Reprodução/Futura 97,5 FM)
Comunicado atribuído ao PCC circula pelo WhatsApp desde sábado (Foto: Reprodução/Futura 97,5 FM)

A mensagem é direcionada “a toda e qualquer pessoa envolvida no ato de covardia extrema”.

O comunicado relaciona mortes na fronteira como a de Leo Veras a “pistoleiros que recebem valores ou algo em troca”, que “cometem este ato de covardia sem nem sequer dar oportunidade de defesa ou expressão”.

A nota ainda se dirige aos envolvidos na execução, “seja pistoleiro ou diretor”, para dizer que o PCC “não aceita essa atitude”.

A mensagem ainda finaliza que os envolvidos serão cobrados, “para a disciplina da ordem”, e fala em “pagar com suas próprias vidas”.

Suspeita - Na sexta-feira (14), em entrevista para a rádio paraguaia ABC Cardinal, o promotor Marcelo Pecci disse que a execução do jornalista pode ter sido a mando de uma das facções criminosas que disputam o domínio do tráfico de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.

O oficial, um dos investigadores do assassinato de Leo Veras, não detalhou qual o principal grupo investigado, segundo ele, para não atrapalhar os trabalhos. Na região, predominam PCC e CV (Comando Vermelho).

Caso - Na noite de quarta-feira (12), três pistoleiros encapuzados invadiram a casa de Leo Veras no Jardim Aurora, em Pedro Juan Caballero, e o mataram com pelo menos 12 tiros.

O jornalista tentou correr, mas foi atingido nas costas e caiu no quintal da casa. Já no chão, levou o “tiro de misericórdia” na cabeça. Veras chegou a ser socorrido a um hospital particular, mas morreu quando era atendido.

Dono do site Porã News e colaborador em outros jornais, Veras cobria investigações sobre o narcotráfico na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.

Nos siga no Google Notícias