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Interior

Outro envolvido na morte de adolescente em guerra de facções continua preso

Recolhido na PED, Luan Vitor dos Santos Bento culpou homem morto ontem em confronto com polícia

Helio de Freitas, de Dourados | 21/01/2022 10:36
Luan foi preso no dia seguinte ao crime e está em penitenciária. (Foto: Adilson Domingos)
Luan foi preso no dia seguinte ao crime e está em penitenciária. (Foto: Adilson Domingos)

Luan Vitor dos Santos Bento, 22, outro envolvido no assassinato do adolescente Gustavo Belarmino Bogarim, 17, ocorrido no dia 9 deste mês, em Dourados (a 233 km de Campo Grande), segue recolhido na penitenciária estadual.

Ele nega envolvimento direto na execução e culpa Juliano dos Santos Ramires, 28, o “Gordinho”, morto na noite de ontem em confronto com policiais civis. Preso ainda em flagrante no dia seguinte ao crime, Luan possui vários antecedentes criminais desde quando era adolescente e, atualmente, cumpria pena em liberdade por porte ilegal de arma.

Apesar dele negar participação direta no assassinato, a investigação policial mostra que Luan foi o pivô da confusão iniciada em conveniência da Vila Industrial, na noite de 9 de janeiro. Gustavo também estava presente, mas teria sido morto por “efeito colateral”, já que os alvos eram dois irmãos, residentes na casa onde o adolescente foi executado.

Embora Gustavo não fosse integrante de facção, a investigação revela que o assassinato ocorreu por causa da guerra travada há anos nos bairros de Dourados entre membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) e a chamada “oposição”, formada por rivais da organização criminosa nascida nos presídios paulistas.

No depoimento que prestou à Polícia Civil no dia em que foi preso, Luan negou fazer parte de facção, mas revelou que enquanto cumpriu pena em regime fechado, ficou no raio III da PED, pavilhão onde ficam os presos de oposição ao PCC.

Conforme informações da polícia incluídas no processo judicial, os irmãos Ribeiro, moradores na casa localizada na Rua Dom Pedro I, onde Gustavo foi morto, seriam membros do PCC e, por isso, entraram na mira dos opositores.

Juliano Ramires, morto ontem à noite ao atirar contra policiais, seria o bandido com a missão de executar os rivais da organização. Ele foi levado ao local do crime por Luan Bento, mas como os irmãos Ribeiro conseguiram fugir, atirou três vezes em Gustavo, deixado para trás pelos amigos.

Segundo o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), Juliano era “agente duplo” – pertencia a uma facção, mas estava infiltrado na quadrilha rival para ganhar confiança do grupo e se aproximar dos alvos.

A polícia não revelou detalhes, mas a reportagem apurou que Juliano era oposição e se infiltrou no PCC justamente para matar os irmãos, que escaparam do atentado no dia 9.

Juliano Ramires, morto ontem pela polícia. (Foto: Reprodução)
Juliano Ramires, morto ontem pela polícia. (Foto: Reprodução)

Não sabia – No depoimento à polícia, Luan Bento não citou a confusão que teve com os irmãos Ribeiro na conveniência horas antes do assassinato. Ele também nega saber que Juliano tinha ido ao local para matar os rivais.

Luan alega ter dado carona para “Gordinho” comprar cocaína no endereço do crime e depois, o levou à Vila Cachoeirinha, na região sul da cidade. Só quando chegou ao destino, teria sido informado do assassinato por Juliano.

No dia 11, Luan teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da 3ª Vara Criminal de Dourados. No entendimento do magistrado, a prisão é necessária para impedir Luan Bento de cometer outros crimes.

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