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Pai e madrasta acusados de assassinar menino vão a júri 2 anos após o crime

Lutadores de MMA, Joel dos Santos e Jéssica Ribeiro estão presos há um ano e sete meses; júri acontece com portas fechadas

Helio de Freitas, de Dourados | 10/03/2020 08:50
Poucas pessoas em frente ao Tribunal do Júri de Dourados nesta manhã; julgamento ocorre de portas fechadas (Foto: Adilson Domingos)
Poucas pessoas em frente ao Tribunal do Júri de Dourados nesta manhã; julgamento ocorre de portas fechadas (Foto: Adilson Domingos)

Começou nesta manhã em Dourados, a 233 km de Campo Grande, o julgamento do lutador de MMA Joel Rodrigo Ávalo dos Santos, 28, o “Joel Tigre”, e da mulher dele, Jéssica Leite Ribeiro, 24, também atleta de artes marciais mistas.

Os dois foram denunciados pelo assassinato de Rodrigo Moura Santos, de um ano e meio. Filho de Joel, o menino estava sob os cuidados da madrasta quando morreu, na manhã de 16 de agosto de 2018. A investigação policial apontou que a criança sofria maus tratos.

O julgamento ocorre na sala do Tribunal do Júri do Fórum de Dourados, localizado no cruzamento da Avenida Presidente Vargas com Rua Antônio Emílio de Figueiredo. O acesso ao local foi proibido pelo juiz que preside o julgamento. Dois funcionários foram colocados na porta para avisar que o júri ocorre de portas fechadas. A reportagem apurou que o corpo de jurados é formado por quatro mulheres e três homens.

Joel Tigre aguardou o julgamento preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Jéssica passou um ano e sete meses no presídio feminino em Corumbá. O casal foi preso em flagrante. Na mesma semana, Jéssica confessou ter pisado “sem querer” no menino e contou que apertou com o joelho a barriga de Rodrigo na tentativa de fazê-lo parar de chorar. Ela inocentou Joel, mas o Ministério Público acusou o pai de saber dos maus tratos.

No despacho em que mandou o caso a júri popular, o juiz da 3ª Vara Criminal Eguiliell Ricardo da Silva afirmou existir indício suficiente de autoria por parte da mulher. Quanto a Joel, o magistrado citou participação por omissão.

Todos os pedidos de liberdade do casal foram negados. “A segregação dos acusados para garantia da ordem pública é imperiosa, por praticaram de crime de grande repercussão social, com extrema violência, ou seja, ceifaram a vida de uma criança de um ano de idade. A extrema violência com que agiram demonstra a periculosidade dos agentes [agora réus], em clara ameaça à sociedade”, afirmou o juiz.

Jessica foi denunciada pelo Ministério Público por ter provocado a morte do menino. Uma semana após a morte, ela confessou que a criança chorava muito naquele dia e por isso apertou “com força” a barriga dele, primeiro com as mãos e depois com os joelhos, por acreditar que ele estava com “prisão de ventre”.

Jessica também confessou ter pisado “sem querer” nas costelas do menino quando se levantou da cama e disse ter apertado o pescoço de Rodrigo na tentativa de reanimá-lo.

“Antes de sucumbir à morte, a vítima foi submetida a sofrimento prolongado e desnecessário, consistente em fortes apertões na barriga e pisoteada nas costelas”, afirmou o MP na denúncia acatada pelo Judiciário.

Sobre Joel Tigre, o MP afirmou na denúncia que, mesmo conhecedor dessas agressões devido às lesões que eram explícitas no corpo de Rodrigo, o pai deixava as crianças aos cuidados de Jéssica. (Colaborou Adilson Domingos)

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