Paraguaios trabalhavam sem salários e com alimentação precária em Coxim
Um grupo de 17 pessoas, entre elas 12 paraguaios, foram resgatados ontem (3) de uma fazenda na BR-359, em Coxim, a 260 quilômetros de Campo Grande, onde eram obrigados a trabalhar sem remuneração, com alimentação escassa e em situação precária.
De acordo com a delegada que cumpriu o flagrante, Sandra Regina Simão de Brito Araújo, 15 pessoas já foram ouvidas. O arrendatário da fazenda Morada do Sol II também será chamado para prestar depoimento. Ele pode responder pelo crime de redução à condição análoga à de escravo.
Entre os trabalhadores, estavam três adolescentes, um deles de 15 anos. O mais velho do grupo tinha 53 anos. A PM (Polícia Militar) de Coxim foi quem flagrou os trabalhadores após uma denúncia anônima. Conforme a delegada, a maior parte do grupo estava a menos de um mês no local e foram contratados para cortar madeira de eucalipto.
“Eles cortavam, empilhavam a madeira e depois carregavam os caminhões e depois descarregavam em um frigorífico”, conta a delgada.
Um dos trabalhadores disse à polícia que o grupo deveria carregar 13 caminhões de eucalipto para receber R$ 750,00. Mas segundo eles, em quase um mês de trabalho tinham carregado apenas seis caminhões. “Além disso, uma carreta e o trator estavam estragados. Eles não conseguiriam carregar esses veículos”, alertou Sandra Regina.
Conforme os depoimentos, os alimentos eram extremamente escassos e um dos homens chegou a beber água suja.
Os paraguaios chegaram ao Brasil em uma van e deverão ficar no país até quinta-feira (4) quando devem ser ouvidos pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). Eles foram abrigados em um alberque onde recebem água e comida.
Ainda segundo a delegada, já havia outra denúncia feita ao MPT que desencadearia uma ação de resgate na fazenda.