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Interior

PF cumpriu mandados em fazenda de ex-sócio da Eldorado em Ribas

Mandados foram cumpridos na fazenda Boi Preto, do empresário andradinense Mário Celso Lopes

Luana Rodrigues | 08/03/2017 16:59
Empresário Mário Celso Lopes, foi preso nesta quarta-feira (8), em Andradina/ São Paulo.(Foto: Andra Virtual)
Empresário Mário Celso Lopes, foi preso nesta quarta-feira (8), em Andradina/ São Paulo.(Foto: Andra Virtual)

Os dois mandados de busca e apreensão da segunda fase da Operação Greenfield da Polícia Federal, realizada em São Paulo e Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (8), foram cumpridos na fazenda Boi Preto, em Ribas do Rio Pardo – distante cerca de 103 quilômetros de Campo Grande. Pela manhã, a informação era de que os mandado teriam sido cumpridos em uma filial da Eldorado Celulose, no município, no entanto, o fato acabou não confirmado pela PF.

A Boi Preto pertence ao empresário Mário Celso Lopes, preso nesta quarta-feira (8), durante a operação em Andradina (SP), e era um dos locais onde estava prevista a inauguração de mais uma filial da Eldorado.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, Mário Celso é suspeito de fechar um contrato de R$ 190 milhões para mascarar o suborno a um empresário. O objetivo era impedir que essa pessoa revelasse informações de interesse da investigação da polícia.

A polícia quer recolher provas de que os envolvidos cometeram fraudes em fundos de pensão que realizaram investimentos no FIP (Fundo de Investimentos em Participação ) Florestal. O FIP teria recebido um aporte de cerca de R$ 550 milhões dos fundos de pensão Petros e Funcef.

Conforme o portal G1, investigações revelaram que Mário Celso Lopes participou da constituição da FIP Florestal. Na época, o empresário era o principal sócio da MCL Empreendimentos e Negócios LTDA, que se aliou ao Grupo J&F Investimentos para a formação da FIP Florestal.

Ainda segundo o G1, o empresário foi preso durante a manhã, na mansão dele, em um bairro de luxo em Andradina. Policiais também fizeram buscas na casa e em duas empresas dele, onde apreenderam alguns documentos. O empresário foi levado para a delegacia da Polícia Federal em Três Lagoas (MS) e deve ir pra Brasília ainda nesta quarta-feira.

Procurado, o grupo J&F afirmou que nenhuma das suas empresas foi alvo de busca e apreensão ou qualquer ação policial no âmbito da Operação Greenfield nesta quarta-feira (8). A empresa reforça que, quanto ao processo que tramita na 10ª Vara Federal de Brasília, seus advogados já entregaram a sua defesa e aguardam novos pronunciamentos do juiz responsável.

Filial em Ribas - Conforme reportagem publicada no site Painel Florestal, desde quando foi anunciado, em meados de 2014, o projeto de construção de uma nova fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul foi alvo de especulações, críticas e também de esperança em Ribas do Rio Pardo.

Na época, a área escolhida para a indústria (com aproximadamente 1.000 hectares), às margens da rodovia BR 262, já sediava um viveiro de espera, onde as mudas clonadas de eucalipto descansavam antes de serem plantadas.

A Pöyry, multinacional finlandesa responsável por praticamente todos os projetos de celulose no mundo, chegou a ser contratada pela CRPE e participou da audiência. O próximo passo - a obtenção de licenças ambientais - foi relativamente rápido: aproximadamente seis meses depois.

Com aproximadamente 35 mil hectares de florestas plantadas e 67 mil hectares de terras ligados aos executivos da CRPE, começava ali um novo capítulo da novela da fábrica de celulose de Ribas do Rio Pardo.

O grupo chegou a obter o aval da Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste (Sudeco) para um financiamento de R$ 731,5 milhões do FCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro Oeste). O dinheiro, no entanto, não chegou a ser liberado.

Ainda conforme o site, enquanto Mário Celso e executivos da holding CRPE buscavam sócios fora do país, Mato Grosso do Sul continuava avançando. Em maio de 2015, as duas fábricas de celulose instaladas em Três Lagoas, Eldorado Brasil e Fibria, anunciaram seus projetos de expansão.

Ao todo, aproximadamente 4 milhões de toneladas de celulose a mais no mercado. O projeto de Ribas do Rio Pardo acabou indo, naturalmente, para o fim desta fila.

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