ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Interior

Pistoleiro esteve em Alcinópolis no dia da eleição e justificou voto

Jorge Almoas | 08/02/2011 17:52
Irineu teria recebido R$ 3 mil adiantados, mas valor pela execução do vereador seria de R$ 20 mil (Foto: João Garrigó)
Irineu teria recebido R$ 3 mil adiantados, mas valor pela execução do vereador seria de R$ 20 mil (Foto: João Garrigó)

O acusado de ter atirado contra o vereador Carlos Antônio Carneiro no dia 26 de outubro do ano passado, o pedreiro Irineu Maciel, esteve em Alcinopolis no dia da eleição de 2010 e inclusive justificou o voto. A informação foi repassada por uma testemunha de acusação, ouvida em audiência nesta terça-feira.

O policial civil Edmilson Silva participou do flagrante do crime, quando Irineu Maciel e Aparecido Souza Fernandes, que pilotava a motocicleta, foram presos, a cerca de 700 metros do Hotel Vale Verde, local onde Carlos Antônio foi executado com três tiros.

Edmilson contou em depoimento ao juiz Aluízio Pereira dos Santos que esteve em Alcinópolis para levantar informações a respeito de Irineu e Valdemir Vansan, o terceiro envolvido, acusado de ter contratado Irineu para executar o vereador.

Na visita feita a Alcinópolis, os policiais descobriram que Irineu passou cerca de oito dias no município. Foram ouvidas pessoas que viram o pistoleiro dormir em um hotel, buscar marmitex em um restaurante em frente à prefeitura.

“Descobrimos que ele esteve em Alcinópolis no dia 3 de outubro, quando justificou seu voto”, contou Edmilson. A suspeita investigada pela polícia é que Irineu foi contratado por Valdemir para matar Carlos Antônio em Alcinópolis.

O policial disse que várias pessoas confirmaram terem visto Irineu em Alcinópolis na época da eleição de 2010. Em uma das ocasiões, ele foi a um restaurante buscar marmitex para duas pessoas. Questionadas se a segunda pessoa era Valdemir, as testemunhas ouvidas pela polícia negaram.

À época do início das investigações, a polícia civil descobriu que uma passagem de ônibus intermunicipal – do itinerário Alcinópolis/Coxim – foi emitida pela Secretaria Municipal de Assistência Social, o que pode levar ao envolvimento do prefeito, Manoel Nunes (PR), no crime.

No entanto, a polícia encontrou a passagem emitida com uma terceira pessoa. “A passagem não foi utilizada. O Irineu deve ter vendido ou trocado”, contou o policial civil.

Valdemir teria contratado Irineu para executar Carlos Antônio pelo valor de R$ 20 mil. As investigações apontam que o pistoleiro recebeu um adiantamento de R$ 3 mil e um revólver. Tais dados estão sob investigação da polícia civil, que deve concluir o inquérito nos próximos dias.

O advogado de defesa de Irineu e Valdemir, José Roberto Rodrigues da Rosa, questionou o policial sobre provas do flagrante de Valdemir no crime e sobre a presença dele em Alcinópolis, juntamente com Irineu. “O Valdemir nega qualquer participação, o que dificulta apurarmos os indícios”, finalizou Edmilson.

O juiz Aluízio Pereira dos Santos decidiu desmembrar o processo dos três acusados. O motociclista Aparecido Souza Fernandes foi interrogado hoje. Irineu e Valdemir serão ouvidos no dia 1° de março.

Nos siga no Google Notícias