Pistoleiro esteve em Alcinópolis no dia da eleição e justificou voto

O acusado de ter atirado contra o vereador Carlos Antônio Carneiro no dia 26 de outubro do ano passado, o pedreiro Irineu Maciel, esteve em Alcinopolis no dia da eleição de 2010 e inclusive justificou o voto. A informação foi repassada por uma testemunha de acusação, ouvida em audiência nesta terça-feira.
O policial civil Edmilson Silva participou do flagrante do crime, quando Irineu Maciel e Aparecido Souza Fernandes, que pilotava a motocicleta, foram presos, a cerca de 700 metros do Hotel Vale Verde, local onde Carlos Antônio foi executado com três tiros.
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Edmilson contou em depoimento ao juiz Aluízio Pereira dos Santos que esteve em Alcinópolis para levantar informações a respeito de Irineu e Valdemir Vansan, o terceiro envolvido, acusado de ter contratado Irineu para executar o vereador.
Na visita feita a Alcinópolis, os policiais descobriram que Irineu passou cerca de oito dias no município. Foram ouvidas pessoas que viram o pistoleiro dormir em um hotel, buscar marmitex em um restaurante em frente à prefeitura.
“Descobrimos que ele esteve em Alcinópolis no dia 3 de outubro, quando justificou seu voto”, contou Edmilson. A suspeita investigada pela polícia é que Irineu foi contratado por Valdemir para matar Carlos Antônio em Alcinópolis.
O policial disse que várias pessoas confirmaram terem visto Irineu em Alcinópolis na época da eleição de 2010. Em uma das ocasiões, ele foi a um restaurante buscar marmitex para duas pessoas. Questionadas se a segunda pessoa era Valdemir, as testemunhas ouvidas pela polícia negaram.
À época do início das investigações, a polícia civil descobriu que uma passagem de ônibus intermunicipal – do itinerário Alcinópolis/Coxim – foi emitida pela Secretaria Municipal de Assistência Social, o que pode levar ao envolvimento do prefeito, Manoel Nunes (PR), no crime.
No entanto, a polícia encontrou a passagem emitida com uma terceira pessoa. “A passagem não foi utilizada. O Irineu deve ter vendido ou trocado”, contou o policial civil.
Valdemir teria contratado Irineu para executar Carlos Antônio pelo valor de R$ 20 mil. As investigações apontam que o pistoleiro recebeu um adiantamento de R$ 3 mil e um revólver. Tais dados estão sob investigação da polícia civil, que deve concluir o inquérito nos próximos dias.
O advogado de defesa de Irineu e Valdemir, José Roberto Rodrigues da Rosa, questionou o policial sobre provas do flagrante de Valdemir no crime e sobre a presença dele em Alcinópolis, juntamente com Irineu. “O Valdemir nega qualquer participação, o que dificulta apurarmos os indícios”, finalizou Edmilson.
O juiz Aluízio Pereira dos Santos decidiu desmembrar o processo dos três acusados. O motociclista Aparecido Souza Fernandes foi interrogado hoje. Irineu e Valdemir serão ouvidos no dia 1° de março.