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Interior

Polícia investiga estupro em área onde índios prometem resistir

De acordo com registro policial, indígena conta que foi violentada por um homem. Grupo Aty Guasu fala em oito

Nadyenka Castro | 27/10/2012 11:10
Crianças indígenas em área de conflito entre Iguatemi e Tacuru. (Foto: Grupo Aty Guasu/ Divulgação)
Crianças indígenas em área de conflito entre Iguatemi e Tacuru. (Foto: Grupo Aty Guasu/ Divulgação)

A Polícia Civil investiga denúncia de estupro a uma indígena de 23 anos, moradora na área onde uma comunidade guarani kaiowá prometem resistir caso haja decisão de reintegração de posse, entre Tacuru e Iguatemi, região Sul do Estado. A ameaça dos índios está prococando comoção internacional.

A índia contou à Polícia Civil que por volta das 13 horas de quarta-feira (24) o marido dela ligou para um rapaz e pediu que ele a levasse até a área urbana de Iguatemi. A ‘carona’ era também para a tia da jovem.

O rapaz atendeu ao pedido e, como estava em uma motocicleta, pegou primeiro a jovem e ambos seguiram em direção à cidade.

Conforme relatos da indígena, quando ela e o motociclista chegaram nas proximidades da Fazenda Procomp, o rapaz disse que passaria na casa dele para pegar dinheiro.

A índia o acompanhou e, segundo ela, foi agarrada e obrigada a tomar banho com ele e em seguida ter relação sexual. 

Aproximadamente três horas depois, ele a deixou em uma estrada e ela foi socorrida para o Hospital São Judas Tadeu.

Outra versão – O Grupo Aty Guasu divulgou na internet que a índia saiu de casa pela manhã do dia 24 e quando seguia pela estrada de acesso à cidade foi rendida por “mais ou menos” oito homens em uma camionete.

Conforme divulgado pelo grupo, a jovem foi “estuprada e torturada”, sendo abandonada à noite na margem da via, e encontrada na manhã do dia 25 “deitada, tudo machucada, com fome e sede”.

A divulgação baseada em relato de lideranças do acampamento Pyelito kue/Mbarakay, diz ainda que a indígena foi encaminhada ao hospital de Iguatemi em estado grave.

“Por fim, as comunidades de Pyelito Kue/Mbarakay solicitam que a violência praticada contra a vida da Marilene Romeiro seja investigada pela Polícia Federal e punidos os autores do crime bárbaro.”

Conflito - O MPF (Ministério Público Federal) pede na Justiça a permanência dos índios guarani na fazenda Cambará, no município de Iguatemi. Em setembro, a Justiça Federal de Naviraí concedeu liminar para a reintegração de posse. Em repostas, os índios divulgaram uma carta, que causou comoção, prometendo resistir até a morte.

“Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal, Assim, é para decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrar-nos todos aqui”, afirma o documento.

Os indígenas ocupam 2 hectares da fazenda, que possui 762 hectares, desde novembro do ano passado. Conforme o MPF, em agosto de 2011 pistoleiros destruíram o acampamento montado às margens de uma estrada vicinal. Para chegar à fazenda, eles atravessaram um rio com dois metros de profundidade. A travessia foi feita segurando em um fio de arame.

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