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Interior

População protesta contra aumento de salário de prefeito e vereadores

Renata Volpe Haddad | 23/03/2016 09:13
Plenário da Câmara de Vereadores ficou lotado de manifestantes que são contra aumento salarial. (Foto: O Pantaneiro)
Plenário da Câmara de Vereadores ficou lotado de manifestantes que são contra aumento salarial. (Foto: O Pantaneiro)

Mais de 350 moradores de Aquidauana, distante 135 km de Campo Grande, se reuniram na noite de terça-feira (22) em frente a Câmara de Vereadores, para protestar contra o aumento de salários dos 13 vereadores, 10 secretários, prefeito e vice, que foi votado por unanimidade na última quinta-feira (17).

Conforme a publicação no Diário Oficial do município, a partir de 1º de janeiro de 2017, o salário do prefeito será de R$ 18 mil, de vice R$ 12 mil e dos secretários municipais e vereadores mais de R$ 7,5 mil.

O aumento indignou a população que foi às ruas protestar de forma pacífica e aproveitaram para acompanhar a sessão na câmara. Foi a primeira vez que uma manifestação como essa, aconteceu no município.

De acordo com um dos manifestantes, o locutor e pastor Cláudio Teixeira, a população soube do aumento salarial quando já havia sido votado. "Eles aprovaram isso em 10 minutos, em uma votação que não estava em pauta, entendemos que não é ilegal, mas é imoral devido a situação que o País está vivendo de recessão econômica", alega.

Conforme Teixeira, a cidade está cheia de buracos e a situação da saúde precária e não há explicações para o aumento salarial. "No bairro Nova Aquidauana, antes o problema era a areia, agora são as crateras que se formaram e a prefeitura não arruma. Na universidade é impossível transitar, porque o asfalto é um porcaria", comenta.

Segundo o empresário e advogado Miro Tamashiro Quelho, que também participou da manifestação, existe um comitê na cidade formado por uma sociedade civil organizada que estava recolhendo assinaturas da população para diminuir o salário dos políticos.

"Estávamos com mais de mil assinaturas, quando então, descobrimos que eles haviam aumentado o salário sem avisar ninguém. Não estava em pauta, no dia da sessão fizeram um requerimento verbal, colocaram em votação e foi aprovado por unanimidade, em 10 minutos", informa.

O empresário explica que a manifestação de ontem não foi partidária, mas a população está cansada de pagar impostos e não ver para onde vai o dinheiro. "É errado político ganhar mais que professor com mestrado. Político não é profissão e o povo não aceita mais essas afrontas e um dos nossos lemas é decência", alega.

Sem bandeiras e nem cartazes, a palavra de ordem dita pelos manifestantes era vergonha. Agora, o comitê irá recolher assinaturas dos moradores para extinguir as diárias e verbas de gabinete. "As diárias pagas para um vereador ir até Campo Grande é R$ 1 mil, é uma farra e vamos lutar para isso acabar", finaliza Quelho.

A reportagem do Campo Grande News tentou entrar em contato com o presidente da Câmara de Vereadores, Anderson Meireles (PTdoB), mas até o fechamento desta matéria, ele não atendeu as ligações.

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