Presidente do Paraguai é alvo de pedido de impeachment por morte de deputado
Partido Colorado, legenda de Santiago Peña, responsabiliza o mandatário por operação que matou Lalo Gomes
A morte do deputado Eulalio Gomes, o Lalo, ocorrida em 19 de agosto de 2024 na linha internacional com Mato Grosso do Sul, continua causando alvoroço político no Paraguai. Nesta sexta-feira (22), o Partido Colorado pediu abertura de impeachment contra o presidente da República Santiago Peña. Detalhe: o mandatário paraguaio é filiado ao mesmo partido.
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Presidente do Paraguai enfrenta pedido de impeachment após morte de deputado. Santiago Peña, do Partido Colorado, é alvo de processo interno motivado pela morte de Eulalio Gomes, em agosto. Acusações incluem conflito de interesses por manter vínculo com o Ueno Bank e acordo migratório com os EUA. Gomes, investigado por narcotráfico, foi morto em operação policial. O governo alega resistência à prisão, mas a família afirma execução. O pedido de impeachment questiona a legalidade da operação, já que Gomes possuía imunidade parlamentar. O Partido Colorado também alega "traição à Pátria" pelo acordo migratório e conflitos de interesse na relação de Peña com o Ueno Bank, responsável por arrecadar fundos para o órgão previdenciário paraguaio.
No pedido protocolado na Câmara dos Deputados, o dirigente partidário Alcides Ortega aponta três razões para a abertura de processo político contra Santiago Peña: o acordo migratório firmado com os Estados Unidos, conflito de interesses por manter vínculo com atividade privada e a morte de Lalo Gomes.
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Investigado por suposta ligação com o narcotráfico, o pecuarista e político colorado Eulalio Gomes foi morto a tiros durante operação da Polícia Nacional do Paraguai em sua casa, em Pedro Juan Caballero. O governo paraguaio e o Ministério Público daquele país afirmam que Lalo Gomes resistiu à ação policial e teria trocado tiros com os agentes. A família diz que ele foi executado.
O documento protocolado na Câmara dos Deputados responsabiliza o Executivo pela morte de Lalo Gomes, que tinha imunidade parlamentar no momento da operação e não poderia ser privado de liberdade sem procedimento prévio no Congresso Nacional.
Logo após a morte, o governo de Santiago Peña e o Ministério Público alegaram que não havia mandado de prisão contra Lalo Gomes, mas apenas ordem judicial para apreensão de seu celular. O filho dele, Alexandre Gomes, foi preso na mesma ação e segue atrás das grades.
Até o início de 2025, o atual presidente do Paraguai foi acionista do Ueno Bank, que mantém acordo para arrecadar fundos para o IPS, órgão de previdência equivalente ao INSS brasileiro. Segundo a denúncia, essa condição violou o artigo 238 da Constituição Nacional.
Santiago Peña também é acusado de “traição à Pátria”, por assinar acordo permitindo que cidadãos estrangeiros que solicitassem asilo nos Estados Unidos fossem recebidos no Paraguai. O dirigente colorado anunciou que também vai pedir a expulsão do presidente da República das fileiras do partido.
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