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Interior

Presos em operação forjavam entrevista com estrangeiros e recebiam até R$ 300

Ação foi deflagrada na manhã desta terça-feira em Corumbá. Um policial federal e um servidor administrativo estão entre os presos

Gabriel Neris | 20/11/2018 15:09
Delegado da PF em MS, Cleo Mazzotti, durante coletiva de imprensa (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense)
Delegado da PF em MS, Cleo Mazzotti, durante coletiva de imprensa (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense)

A Polícia Federal aponta que os presos na Operação “Caronte” forjavam entrevistas para permitir a entrada de estrangeiros e recebiam de R$ 200 a R$ 300. A ação foi deflagrada nesta terça-feira (20) em Corumbá, a 419 km de Campo Grande, com a prisão de um policial federal, um servidor administrativo, um contratado da PF, e dois integrantes de empresas de turismo.

Segundo o delegado regional executiva da PF, Cleo Mazzotti, o esquema envolvia a entrada ilegal de estrangeiros no Brasil. Os presos chegavam a lucrar milhares de reais. “Os valores eram na ordem de R$ 300, R$ 200, dependia muito e entende-se que os envolvidos conseguiam lucrar milhares de reais todos os meses”, comenta.

O delegado contou que o esquema funcionava de duas maneiras. A primeira envolvia a passagem do estrangeiro, na maioria dos casos bolivianos com a intenção de chegar a São Paulo, pelo posto de imigração onde apresentavam seus documentos e passavam por uma entrevista forjada.

Em outra modalidade, simplesmente recebiam documentos de imigração e sequer passavam pelo posto na fronteira. Na sequência, os dados eram inseridos no sistema e seguiam Brasil adentro. Segundo o delegado, estrangeiros que tinham multas ou não poderiam entrar no país tinham dados inseridos no sistema com modificação, como alteração de uma letra ou parte do nome, permitindo sua entrada como turista.

Os dois integrantes de empresas de turismo eram a “ponte” entre os estrangeiros e os agentes. Cada um dos presos responderá por promover, construir, financiar ou integrar organização criminosa, com pena de 3 a 8 anos; inserção de dados falsos em sistema de comunicação, com pena de 2 a 12 anos; corrupção passiva, ativa e peculato-furto, com pena de 2 a 12 anos.

Duas pessoas foram presas em flagrante, uma delas por posse ilegal de armas e munições. Também foram encontrados R$ 14 mil, documentos e documentos de imigração na casa de um deles.

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