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Interior

Quadrilha que explodiu casas e loja encurralou 12 policiais em delegacia

Sede da Polícia Nacional em Ypejhú foi cercada e policiais avisados de que se saíssem seriam executados a tiros de fuzil

Helio de Freitas, de Dourados | 20/12/2018 11:13
Vista aérea da mansão da família Alderete, destruída por bombas (Foto: ABC Color)
Vista aérea da mansão da família Alderete, destruída por bombas (Foto: ABC Color)

Logo após cruzarem a fronteira entre Paranhos (MS) e Ypejhú (Canindeyú), na madrugada de ontem (19), pelo menos 30 bandidos usando roupas camufladas ocupando cinco caminhonetes se dividiram em dois grupos.

Um grupo foi em direção à mansão da família do traficante Zacarias Alderete Peralta, no bairro Virgem do Rosário. O outro seguiu para a Comissaria (delegacia) da Polícia Nacional, onde 12 policiais descansavam.

Armados com fuzis automáticos, os sicários – como os pistoleiros são chamados no Paraguai – ordenaram aos policiais que ficassem dentro da delegacia e não tentassem impedir o ataque às casas e loja da família Alderete. Em menor número, os policiais paraguaios acataram as ordens.

Com os policiais da cidade cercados, os bandidos invadiram a mansão (no mesmo terreno há outras duas casas), localizada na Rua Manuel Alderete com Ponce de Arruda e a loja de veículos na Avenida Mariscal Estigarribia, a poucos metros do território brasileiro.

Na mansão estavam a filha de Zacarias, Rosana Antonia Alderete Peralta, 30, a nora dele Aline Veron Bittencourt, e o neto, de seis meses de vida. Aline é mulher de Diego Zacaria Alderete Peralta, filho de Zacarias, sobrevivente da chacina ocorrida em 19 de outubro de 2015 em Paranhos e o novo chefe do tráfico na região.

Moradores de Ypejhú, acordados pelos tiros e gritos, contam que as duas mulheres foram levadas pelos bandidos para a frente da casa e, a poucos metros do Juizado de Paz da cidade, foram interrogadas sobre o paradeiro de Diego. Ele e o pai não estavam na cidade.

Após o interrogatório, os bandidos começaram a atacar a mansão e as demais casas do terreno com granadas, dinamite e tiros de fuzil. Paredes, telhados e demais estruturas vieram abaixo. Um policial brasileiro que esteve no local ontem disse que o cenário lembra cidades do Afeganistão destruídas por anos de guerra civil.

O ataque durou pelo menos meia hora. A quadrilha atacou também a loja de revenda de carros Tatto Veículos, de propriedade da família Alderete, onde pelo menos 16 carros foram queimados.

Policiais paraguaios detiveram dois funcionários de Diego Zacarias com armas (Foto: Divulgação)
Policiais paraguaios detiveram dois funcionários de Diego Zacarias com armas (Foto: Divulgação)

Detidos – Até agora a polícia paraguaia não tem pista dos criminosos, mas a imprensa paraguaia atribui o ataque à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O objetivo seria acabar com o clã Zacarias e tomar de Diego Alderete o controle do tráfico de drogas na cidade.

Na noite de ontem, policiais paraguaios, acompanhados pelo promotor Jorge Romero, fez buscas em cinco casas e em um depósito comercial da cidade à procura de pistas dos bandidos.

Os paraguaios Jorgelino Portillo Rodríguez e Julian Delmontes Piris foram detidos e levados para depoimento, mas liberados em seguida.

Eles seriam funcionários da família Alderete e foram encontrados com uma caminhonete Mitsubishi Triton com placa de Balneário Camboriú (SC), duas motos, três pistolas 9 milímetros, uma escopeta calibre 12, munições e rádios de comunicação.

Policial observa carros destruídos em loja da família Alderete (Foto: ABC Color)
Policial observa carros destruídos em loja da família Alderete (Foto: ABC Color)
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