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Interior

Sem poder sacar salário por trabalho no RS, índios bloqueiam agência bancária

Protesto ocorreu após índios que trabalham na colheita de maçã no Rio Grande do Sul descobrirem que apenas dez receberiam hoje

Helio de Freitas, de Dourados | 11/03/2016 17:17
Índios chegaram a bloquear acesso de clientes, mas banco prometeu pagar todos que estavam no local ainda hoje (Foto: Vilson Nascimento/A Gazeta News)
Índios chegaram a bloquear acesso de clientes, mas banco prometeu pagar todos que estavam no local ainda hoje (Foto: Vilson Nascimento/A Gazeta News)

Por não conseguirem receber o salário, índios guarani-kaiowá protestaram na manhã desta sexta-feira (11) em frente à agência do Brasil do Brasil em Amambai, a 360 km de Campo Grande. O grupo, formado por pelo menos 40 pessoas, chegou a bloquear o acesso de clientes à agência após descobrir que apenas dez receberiam o salário hoje e os demais durante a semana.

De acordo com o site A Gazeta News, os índios de aldeias de Amambai e da região retornaram do Rio Grande do Sul, onde estavam trabalhando na colheita de maçã. Na hora de receber pelos serviços prestados, foram surpreendidos pelo limite de pagamento imposto pelo banco, de dez trabalhadores por dia.

Esse número de pagamentos por dia teria sido definido em um acordo entre a empresa contratante e o MPF (Ministério Público Federal). Antes o pagamento era feito em cheque, mas alguns índios estariam sendo explorados por comerciantes locais na hora de pagar as compras feitas por familiares enquanto estavam viajando a trabalho.

Segundo lideranças dos guarani-kaiowá, os trabalhadores indígenas ficam até 60 dias na colheita de maçã. O pagamento agora é feito por meio de ordem de pagamento, emitido pela contratante gaúcha para a agência de Amambai.

Devido ao grande número de pessoas para receber e a limitação em relação aos valores a serem pagos, já que cada indígena recebe em média R$ 2,5 mil, o MPF e a empresa contratante optaram por limitar o pagamento de apenas dez por dia.

Entretanto, o acordo, mesmo sendo de conhecimento das lideranças, não chegou até os trabalhadores. Quando o grupo foi ao banco hoje, apenas os dez primeiros receberam e os demais informados que teriam de voltar na semana que vem.

A Polícia Militar chegou a mandar uma equipe ao local, para dialogar com os manifestantes e manter a ordem no local. Ao site de Amambai, a Superintendência do Banco do Brasil informou que a instituição se mobilizou e atenderia todos os indígenas que estavam aguardando na agência ainda hoje. Mas o problema pode continuar na segunda-feira, já que outro grupo de pelo menos 40 trabalhadores deve chegar hoje à tarde.

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