Senado paraguaio vota nesta quarta projeto visto como salvação do comércio
Projeto estipula venda exclusiva para turistas estrangeiros em lojas da fronteira
O Senado do Paraguai vota amanhã projeto visto como salvação dos comerciantes da fronteira, drasticamente afetados pela pandemia do novo coronavírus. Chamado de “sobrevivência comercial da fronteira”, o projeto estabelece regime diferenciado de cobrança de impostos para as lojas que ingressarem no novo sistema.
Em contrapartida, esses estabelecimentos só poderão vender seus produtos a turistas estrangeiros. Se a proposta foi rejeitada, comerciantes paraguaios afirmam que será o “tiro de misericórdia” para decretar a falência de milhares de lojas, especialmente na Linha Internacional com Mato Grosso do Sul.
Conforme o projeto, lojas localizadas em cidades fronteiriças que aderirem ao programa funcionariam como depósitos aduaneiros comerciais para venda exclusiva a não residentes no território paraguaio.
Centros de importados, como os existentes em Pedro Juan Caballero, passariam a funcionar como pontos de reexportação, já que 100% desses produtos vêm de outros países.
“Não vejo alternativa para que o comércio não morra”, afirmou ao jornal ABC Color o presidente da Câmara de Comércio do departamento de Amambay, Víctor Hugo Barreto. Segundo ele, a lei pode ajudar a superar a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Desde março, quando a fronteira foi fechada entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), milhares de trabalhadores perderam o emprego.
No mês passado os comerciantes paraguaios foram autorizados a entregar produtos a clientes brasileiros em barracas de delivery instaladas na rua entre as duas cidades, mas o faturamento está longe do que havia antes da pandemia.
Diretor do Shopping China, fechado desde março, Felipe Cogorno Álvarez disse que o comércio de fronteira é totalmente dependente do turismo. Segundo ele, a lei pode salvar as empresas e recuperar empregos.
A maioria das lojas de Pedro Juan Caballero voltou a funcionar no dia 25 de maio. O Shopping China e o Planet Outlet, no entanto, permanecem fechados.
Felipe Cogorno disse ainda em maio que os dois centros de importados só reabririam após a pandemia. Na fronteira, os boatos são de que as lojas não voltam mais a funcionar. Só o Shopping China tinha cinco mil funcionários.