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Interior

Tiro que atingiu cabeça de comandante não partiu da arma de acusado

Ângela Kempfer | 17/10/2011 12:29
Tenente (a esquerda) no dia 9 de setembro, quando assumiu comando em Cassilândia. (Foto: A Trinuna News)
Tenente (a esquerda) no dia 9 de setembro, quando assumiu comando em Cassilândia. (Foto: A Trinuna News)

O tiro que atingiu a cabeça do comandante da Polícia Militar, tenente Mário José Eufrásio da Silva, de 49 anos, é de calibre diferente ao da arma do soldado Adriano Paulo da Silva, de 34 anos, acusado do assassinato.

Eufrásio morreu no sábado, em Cassilândia, após ser chamado para resolver uma ocorrência na casa de Adriano, conhecido como Paulão.

O comandante foi atingido por 3 tiros. Da arma do suspeito partiram 2 balas calibre 38, que atingiram o abdome de Eufrásio.

Da cabeça, foi retirada munição calibre .40, a mesma utilizada pelos dois soldados que no dia do crime estavam em serviço e também foram até a casa de Paulão, depois que a esposa dele procurou o quartel da PM para denunciar violência doméstica.

Em depoimento, um dos soldados admitiu ter disparado, na tentativa de imobilizar Paulão, que atirava contra o comandante. “Eles estavam muito chocados e, inclusive, choraram durante o depoimento”, conta o delegado Rodrigo de Freitas.

Ele já ouviu os 4 PMs que estavam na casa no momento do crime. Os soldados que atenderam primeiro a ocorrência disseram que Paulão estava alterado e aparentando embriaguez.

O acusado não autorizou exame de alcoolemia e preferiu ficar calado, sem prestar qualquer esclarecimento ao delegado. No mesmo dia foi transferido para o Presídio de Trânsito, em Campo Grande.

Outro que já prestou depoimento foi o sargento chamado pelo próprio Paulão para ir até a residência do casal, para cuidar do filho de 1 ano, já que é amigo da família.

O sargento e o comandante estavam de férias, por isso ambos não tinham armas. A esposa de Paulão, que não estava na casa quando o assassinato ocorreu, ainda não prestou depoimento.

Um dos pontos que ainda precisam ser esclarecidos é como foi a discussão entre Paulão e o comandante que antecedeu os disparos.

Caso os laudos confirmem que a bala que matou o tenente partiu de um dos soldados da equipe em serviço, Paulão pode responder apenas por tentativa de homicídio. Na arma dele haviam 7 balas, seis foram deflagradas.

Os exames de balística serão feitos em Campo Grande e os resultados devem ficar prontos em uma semana.

A ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) divulgou nota de pesar pelo falecimento do tenente Eufrásio.

Policial militar desde 1983, o comandante – natural de Uberlândia (MG), era casado, tinha três filhos e três netos. Ele foi transferido há menos de 40 dias para Cassilândia, no dia 9 de setembro. Antes, trabalhava em Chapadão do Sul.

“É com profunda dor que lamentamos esse momento trágico não só para a instituição, mas para toda a sociedade sul-mato-grossense. Rogamos para que Deus conforte seus entes queridos”, lamentou Edmar Soares, presidente da ACS.

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