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Interior

Tratorista mata ex-enteado com sanduíche de mortadela envenenado com chumbinho

João do Nascimento Batista, 62 anos, confessou o crime e foi colocado em prisão domiciliar

Por Ana Paula Chuva | 27/10/2025 06:44
Tratorista mata ex-enteado com sanduíche de mortadela envenenado com chumbinho
Um dos pães com mortadela que com chumbinho encontrado com a vítima (Foto: Reprodução auto de prisão)

O tratorista João do Nascimento Batista, 62 anos, foi preso em flagrante no domingo (26), por matar o enteado, identificado como Cléber Arguelho Neto, 22 anos, com pão e mortadela envenenados com chumbinho. O crime aconteceu em Bataguassu, distante 70 quilômetros. A vítima chegou a ser socorrida por equipes do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. O idoso confessou.

RESUMO

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Um tratorista de 62 anos foi preso em flagrante após confessar ter matado seu ex-enteado de 22 anos com pão e mortadela envenenados com chumbinho, em Bataguassu, Mato Grosso do Sul. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu. O suspeito alegou que o jovem, usuário de drogas, o ameaçava constantemente. Após audiência de custódia, sua prisão preventiva foi convertida em domiciliar devido à sua condição física, que inclui atrofia em uma das mãos e dificuldade de locomoção.

De acordo com o boletim de ocorrência, a polícia foi acionada por uma moradora do Bairro Jardim Campo Grande. Quando a equipe chegou ao local, na Rua José Alves Barroso, o rapaz já havia sido socorrido pelo Corpo de Bombeiros. A mulher, de 33 anos, contou que ouviu a vítima pedindo socorro e foi até ele.

O rapaz chegou a afirmar que havia sido envenenado pelo “João”, seu ex-padrasto, que mora na região. Cléber foi levado para atendimento médico, mas a polícia foi informada de que ele não resistiu e acabou morrendo na unidade hospitalar. Na calçada onde ele pediu ajuda, foi encontrado um saco com pão e mortadela contaminados com veneno para ratos, o chumbinho.

A equipe seguiu em diligências e chegou até a casa de João. No local, os policiais encontraram, no lixo, um saco plástico usado para mortadela, um pão e sacolas verdes iguais aos encontrados com a vítima. O idoso, que tem atrofia em uma das mãos e dificuldade para andar, negou o crime, alegando que o rapaz chegou ao local com o alimento.

Porém, momentos depois, confessou ter colocado veneno de rato no pão. À polícia, ele alegou que Cléber era usuário de drogas e vivia o ameaçando, inclusive com faca. João recebeu voz de prisão e foi levado para a delegacia da cidade. Ele passou por audiência de custódia e teve a preventiva decretada, mas a medida foi substituída por domiciliar.

Tratorista mata ex-enteado com sanduíche de mortadela envenenado com chumbinho
João alegou que era ameaçado pelo rapaz que vivia furtando sua casa (Foto: Reprodução)

Veneno

O “chumbinho”, nome popular de um veneno usado ilegalmente para matar ratos, é um produto altamente tóxico que age de forma quase imediata no organismo. Apesar de ser vendido clandestinamente, principalmente em feiras e comércios informais, o composto não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sua fabricação é proibida no Brasil.

De acordo com a Anvisa, o produto costuma conter aldicarb, uma substância da classe dos carbamatos, ou derivados de organofosforados, ambos usados em agrotóxicos de uso restrito. Quando ingerido, o “chumbinho” provoca uma reação química que inibe a ação da enzima acetilcolinesterase, responsável por controlar o neurotransmissor acetilcolina.

Com a enzima bloqueada, a acetilcolina se acumula no sistema nervoso e sobrecarrega o corpo, causando o que especialistas chamam de síndrome colinérgica. O resultado é um colapso generalizado: o sistema respiratório, o coração e o cérebro passam a funcionar de forma desordenada.

Os primeiros sinais de envenenamento surgem em menos de uma hora. A pessoa intoxicada pode apresentar náusea, vômitos, suor excessivo, salivação intensa, pupilas contraídas, dor abdominal e diarreia. Também são comuns tremores, fraqueza muscular e dificuldade para respirar. Em casos mais graves, há convulsões, arritmia cardíaca, coma e parada respiratória.