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Vítima do pai, menina de 12 anos vai ficar com bebê e precisa de doações

Menina nasceu na última sexta-feira e mãe pré-adolescente desistiu de encaminhá-la para adoção

Aline dos Santos | 25/09/2018 11:34
Criança nasceu em hospital de Aquidauana, cidade vizinha a Anastácio. (Foto: O Pantaneiro)
Criança nasceu em hospital de Aquidauana, cidade vizinha a Anastácio. (Foto: O Pantaneiro)

Com direito a reviravolta, mas longe de ser final e tampouco feliz, a menina de 12 anos que engravidou após sofrer violência sexual do próprio pai agora é mãe e decidiu que vai ficar com a sua menina.

A criança nasceu na última sexta-feira (dia 21) em Aquidauana, cidade vizinha a Anastácio, onde a menina mora. Nessa nova etapa, a protagonista da história que provocou comoção vai precisar de ajuda para dois itens de primeira necessidade: fraldas e leite.

O caso veio à tona no começo do mês, quando a vítima já estava com sete meses de gestação, a gravidez avançada impedia o aborto legal, permitido pela lei por se tratar de estupro. Para a menina, o filho no ventre era motivo de tristeza e pensamentos suicidas. A tendência era que o bebê fosse para a adoção logo após o parto.

Contudo, após o nascimento, a menina decidiu ficar com a filha. Devido à pouca idade da gestante, o preparativo era para cesárea. Porém, a natureza se antecipou e o parto normal aconteceu sem problemas físicos para a mãe. O bebê é saudável e já está em casa, porém a mãe não tem leite para amamentá-lo.

“A princípio, ela rejeitou a criança. Como não tinha pretensão de ficar com o bebê e ainda faltavam dois meses, não tem carrinho, banheira, roupas”, afirma a coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Débora do Carmo.

Ela explica que a política de assistência social não fornece fraldas e leite. Quem quiser ajudar pode levar doações ao Creas, que fica localizado na endereço é Rua Oito de Maio, 290, Centro de Anastácio. O telefone é o (67) 3245-2307. O leite é NAN para recém-nascido.

Com a descoberta do abuso, o pai de 36 anos foi preso e a menina passou a morar com outro familiar. O registro civil do bebê ainda aguarda a conclusão dos documentos da mãe, que aos 12 anos contava apenas com a certidão do nascimento. Ela é inserida no programa de transferência de renda do Bolsa Família e tem apoio da assistência social da prefeitura de Anastácio pela vulnerabilidade social.

A menina também segue com acompanhamento psicológico. “Até chegar ao fortalecimento necessário para gerir e levar a sua vida sozinha. Vai demorar um bom tempo, acabou de completar 12 anos”, diz Débora.

O Campo Grande News não divulgou o nome do pai preso para que a vítima não seja identificada.

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