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Cidades

Justiça aumenta indenização à família de morta após peregrinação por diagnóstico

Ricardo Campos Jr. | 25/03/2015 18:13

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) aumentou de R$ 25 mil para R$ 50 mil o valor devido pelo Município de Maracaju e a associação que administra o Hospital Municipal à família de uma diarista morta aos 29 anos depois de ser atendida por seis médicos diferentes. A decisão foi tomada dia 17 de março, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (25) pelo órgão.

Segundo relatos do marido e filhos da vítima, ela deu entrada na unidade pela primeira vez no dia 25 de setembro de 2009 reclamando de fortes dores de garganta. Ela foi atendida por uma médica que, sem qualquer tipo de exame, diagnosticou amidalite. Após alta, ao sair do local, desmaiou e foi internada novamente. Recebeu novas medicações e foi liberada.

No dia seguinte, sem melhoras, foi levada ao hospital sendo recebida pelo segundo médico. Ele disse que ela estava apresentando uma reação alérgica ao remédio, trocou a receita e a liberou.

Ela retornou novamente à unidade no dia 27. O terceiro médico olhou os prontuários e, na versão contada pela família da paciente, mandou a vítima para casa dizendo que “uma hora haveria de melhorar”.

Ainda sentindo mal estar, rejeitando os remédios e até mesmo comida, a diarista retornou pela quarta vez à unidade no dia 29. O plantonista, quarto a atendê-la, disse que deveria procurar atendimento no posto de saúde, pois não era caso grave.

No dia 2 de setembro, o marido levou a paciente até o posto, onde foi recebida por um profissional que notou que se tratava de um caso grave. Ele fez uma carta ao Hospital Municipal pedindo avaliação e providências. No local, a mulher foi consultada pelo sexto médico, que pela primeira vez em toda a peregrinação em busca de cura pediu exames de sangue.

O laudo apontou que a diarista tinha leucemia. Foi solicitada vaga em Campo Grande, mas a vítima não conseguiu esperar liberação de leito. Ela faleceu no dia 3 de outubro daquele ano. Na ocasião, o plantonista era um dos médicos que já a haviam atendido, mas não tinham resolvido o problema. Ele, segundo afirma a família, sequer estava na unidade e acompanhava um campeonato de MotoCross em Maracaju para dar assistência.

Foi preciso muita insistência da equipe de enfermagem, ainda segundo o processo, para que o profissional fosse até o local. Quando ele chegou, a paciente já havia morrido. O advogado que representa o marido e filhos da mulher recorreu ao TJMS pedindo aumento no valor da indenização. Ainda cabe recurso às instâncias superiores.

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