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Cidades

Mãe "implora" para Polícia apreender filho

Redação | 23/06/2009 17:15

A diarista Célia Maria, de 39 anos, cujo sobrenome será preservado, pediu à Policia para apreender seu filho, um adolescente de 16 anos usuário de drogas, após os constantes furtos praticados pelo rapaz. Ele foi levado de sua residência, no bairro Universitário, em Campo Grande, para uma Unei (Unidade Educacional de Internação) no início da tarde de ontem (22) por policiais da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

"Eu implorei para prenderem ele, porque prefiro ele lá do que morto", desabafa a mãe. Ela conta que o drama da família se agravou no último ano e que, nesse tempo, eles já tiveram que mudar de casa três vezes, pois eram expulsos sempre que o adolescente praticava os furtos.

Segundo a diarista, pedir à Polícia para levar o filho para uma Unei foi a única maneira de evitar que o menino fosse morto nas ruas.

Ela conta que há duas semanas teve a casa 'invadida' pela PM (Polícia Militar), que procurava o adolescente pela participação no roubo de uma motocicleta. "Eu não sabia de nada, pensei que fossem bater nele. Depois fiquei nervosa e comecei a chorar", lembra. O episódio foi o estopim para que ela pedisse à Polícia para recolher o rapaz.

Além do desejo de proteger o filho, a mãe afirma que tinha de evitar que a família fosse ainda mais prejudicada com a situação. "Eu e meu marido somos trabalhadores. Daqui a uns dias a gente ia ser preso acusado de ser cúmplices", diz.

Drama - Célia afirma que já procurou tratamento para o filho, mas ele não aceita e diz que quando quiser irá sair das drogas. "Ele não quer ajuda", lamenta. O filho mais velho foi preso há quatro dias, por envolvimento com o tráfico de drogas.

A mãe conta que há cerca de dez anos recebeu um diagnóstico de câncer. Por conta do tratamento, não pôde mais trabalhar e teve que deixar o adolescente e uma filha no Educandário Getúlio Vargas, na Capital. O filho mais velho ficou sob os cuidados de uma família de amigos.

Segundo a mulher, o local foi escolhido porque ela mesma havia morado lá, de recém-nascida aos 16 anos. "Eu não tinha como cuidar deles, mas buscava todo final de semana", alega.

Depois de cinco anos de tratamento da doença, ela conseguiu um benefício do Governo, alugou uma casa e buscou o casal de filhos. Mas, ao sair do abrigo o adolescente começou a se envolver com drogas. "Eu acho que ele ficou revoltado, mas eu morei lá 16 anos e não fiquei", defende a mãe.

Depois de sucessivas mudanças de endereço ela concluiu que a Unei ainda seria melhor do que as ruas. "Não vou falar que ele está bem lá, sei que vai sair pior. Mas, antes que ele morra prefiro que fique lá trancado", completa.

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