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Cidades

Maioria não quer mudar do Camelódromo para a rodoviária

Redação | 22/02/2010 11:35

Quando os comerciantes do camelódromo pensavam que a transferência era algo do passado, a prefeitura retomou o projeto para levar os boxs ao prédio da rodoviária desativada.

Depois de conhecer o projeto no sábado passado, a maioria diz que não quer mudar, como quer o prefeito Nelsinho Trad (PMDB).

No último sábado, ele se reuniu com alguns proprietários das bancas e expôs o projeto, que inclui reforma, revitalização do entorno, instalação de lanchonetes, escada rolante e postos bancários.

No entanto, grande parte dos comerciantes está receosa, com medo de perder freguesia e com "pena" de deixar para trás os investimentos e benfeitorias feitos na estrutura do local.

"Nós já estamos acostumados aqui, os clientes também, está dando para a gente sobreviver, não queremos sair", disse Ivanete Oliveira da Silva, proprietária do Box 35, que comercializa tênis, cobertores e roupas de cama.

Ela contou que já teve suas mercadorias confiscadas pela Polícia Federal e que agora não tem nem estoque suficiente para equipar uma loja maior, da forma como está sendo oferecida pela prefeitura.

"Ali é tudo muito chique, mas vai ser muito bom para quem tem dinheiro, não é lugar pra gente. Não sei o que o prefeito pensa, acho que ele pensa que a gente é rico", disparou.

Proprietário de uma banca de relógios e produtos eletrônicos, Nivaldo dos Santos ficou em dúvida quanto ao investimento que terá de ser feito na rodoviária velho, se realmente houver a mudança de espaço.

"Na outra reunião que o prefeito teve com a gente, ali na Discautol, ele disse que a gente não ia gastar com nada, era só levar as coisas para lá. Agora, quando questionamos isso, ele disse que isso aí é outra história. Se a gente mudar daqui, tenho certeza que vai bagunçar tudo", declarou. Para Nivaldo, "o projeto é muito bonito, mas no papel".

Proprietária de uma banca de bolsas e assessórios, que preferiu não se identificar, disse que os comerciantes do Camelô demoraram muito tempo para conquistar fregueses, e que podem se prejudicar financeiramente mudando para a rodoviária velha.

"Vim da rua, vi muita gente morrer no sol quente, agora que estamos aqui, bem instalados, com nossos fregueses, não queremos sair. Fora o investimento que nós fizemos aqui, no piso, por exemplo. Vamos jogar tudo isso fora?", questionou.

Segundo esta mesma comerciante, não passa de "meia dúzia" o número de proprietários de bancas que desejam mudar de espaço.

Ela informou que a prefeitura está fazendo um cadastro com ambulantes do centro da cidade e que eles podem ser uma opção para ocupar os espaços na rodoviária antiga.

De acordo com a comerciante, Nelsinho Trad teria garantido na reunião que só vai sair do Camelódromo quem quiser.

Ainda serão realizadas outras reuniões de trabalho com os camelôs. No entanto, a transferência dos trabalhadores já está prevista no projeto do PAC das Cidades Históricas, de R$ 186 milhões, que promete transformar o centro de Campo Grande.

Segundo o presidente da associação que representa os comerciantes, Vicente Peixoto, eles reprovam por unanimidade, pelo menos por enquanto, a mudança de endereço.

A maioria está preocupada com os custos que podem ter com a alteração de espaço. Outra grande preocupação é a perda de clientes.

"A gente sabe o quanto foi difícil a gente conquistar nossos clientes. Mudando para lá, não vai ser assim da noite para o dia", comentou.

De acordo com ele, os comerciantes que não estiveram na reunião de sábado com Nelsinho podem ter suas dúvidas esclarecidas pela equipe da Secretaria de Meio Ambiente.

"Vamos chamar o secretário Marcos Cristaldo aqui, a equipe dele, que ficou de cuidar disso, para esclarecer, porque a maioria está com muito medo, principalmente dos gastos que podem ter com a mudança", disse o presidente da associação.

De acordo com ele, depois de esclarecido o projeto, haverá uma votação, durante uma espécie de assembléia, para definir se vai haver ou não a mudança.

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