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Cidades

Mensagem na missa de Rogerinho é de tolerância e paz

Redação | 24/11/2009 20:55

A mensagem da missa de sétimo dia de Rogério Mendonça, de dois anos, morto após ser baleado em uma discussão de trânsito em Campo Grande, na última quarta-feira (18), foi para despertar a tolerância e a paz em um mundo de violência. A cerimônia foi realizada hoje às 19h, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, bairro Monte Líbano.

Com igreja cheia, amigos e familiares consolavam a mãe de Rogerinho, Ariana Pedra, de 20 anos, ainda visivelmente abalada. Ela chegou atrasada à cerimônia religiosa porque prestava depoimento da delegacia pouco antes da missa.

Ao lado do irmão, Aldemir Pedra Neto, que se envolveu na briga de trânsito que resultou na morte do menino, Ariana chorou em vários momentos, principalmente no final da cerimônia.

O sermão da missa foi voltado para a necessidade de que as pessoas sejam mais pacíficas, tolerantes, e façam a diferença no mundo de violência em que vivem.

A principal mensagem foi a de que a morte de Rogério não seja em vão, mas para que sirva de exemplo, e que os familiares e amigos cobrem providências para que o crime não fique impune.

Foi lembrado ainda o caso do menino João Hélio Fernandes, de seis anos, arrastado por um trecho de 7km em quatro bairros da zona norte do Rio Janeiro, no dia 7 de fevereiro de 2007.

Este havia sido o crime ocorrido no trânsito que mais chocou o País nos últimos tempos, antes do caso de Rogerinho, que conquistou repercussão nacional.

Apesar disso, o padre pediu para que, por maior que fosse a dor da família, eles não sofressem a tentação de fazer justiça com as próprias mãos, porque nenhuma revolta ou indignação trariam o garoto de volta.

A família sentou-se junto durante a cerimônia, e os mais próximos usaram camisetas brancas com a foto do menino e os dizeres "Amor Eterno... Rogerinho".

A irmã dele, Ana Maria, de cinco anos, que estava junto no momento em que ele foi baleado, participou da missa, mesmo sem entender direito. Familiares dizem que ela pergunta do irmão e ainda se recupera do trauma.

A avó de Rogerinho, Adriana Mendonça, também participou da cerimônia e justificou que o avô, João Alfredo Pedra, que também foi baleado, não foi à missa porque não estava em condições, por ainda estar em fase de recuperação da cirurgia no maxilar a que foi submetido.

O pai do garoto, Rogério Pinto, de 20 anos, não compareceu porque, segundo a família, realizou uma missa em Jardim, a 281 quilômetros de Campo Grande, onde vive com sua família.

Com poucas palavras, a mãe de Rogerinho disse no final da missa que quer que o autor dos disparos pague pelo que fez. "Que não fique impune", desabafa.

Ariana lembrou ainda da dor indescritível de perder um filho. "Quando você vê seu filho com febre já dói o coração, imagine vê-lo em um caixão", compara. Segundo ela, a morte do menino abalou toda a família. O tio do garoto, Aldemir Pedra Neto, não quis dar entrevista.

Solidariedade - Assim como vários amigos da família, a pecuarista Nívea Fernandes da Silva, 63 anos, foi à missa prestar solidariedade aos familiares.

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