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Cidades

Moradores do Ramez Tebet reclamam de despejo ilegal

Redação | 22/11/2009 11:05

Com as chaves do imóvel na mão desde agosto, na sexta-feira passada a moradora do residencial Ramez Tebet, Lígia Flores, de 30 anos, ficou surpresa ao chegar em casa e perceber que a fechadura havia sido trocada.

Segundo ela, servidores da Agehab (Agência Estadual de Habitação) passaram pelo conjunto em Campo Grande na quinta-feira, modificando as fechaduras ou retirando móveis de 22 famílias que foram contempladas pelo programa habitacional, entregue pelo governo do Estado há 3 meses.

"Até parece que a gente é bandido. Chegaram aqui e foram jogando tudo para fora", reclama a mulher.

Chorando bastante, Lígia conta que estava na casa da mãe, porque o marido viaja a trabalho. Por esse motivo, ela diz que não estava no conjunto quando "passaram para ver quem estava mesmo morando nas casas".

Segundo ela, a única explicação depois do despejo foi que a lista de pessoas consideradas irregulares foi publicada em Diário Oficial do Estado. "Perguntei para eles onde ficava isso, porque eu nunca ouvi falar", lembra.

A Agehab tem feito constantemente vistorias no local, para verificar se as pessoas que receberam os imóveis ocuparam realmente e também para afastar invasores.

Mudança - Lígia garante que recebeu as chaves do próprio governador André Puccinelli, durante inauguração do Ramez Tebet, na saída para São Paulo.

Na versão dela, em seguida foi feita a mudança. "Meus móveis, fogão, geladeira, tudo está lá, trancado". O casal esperava economizar dinheiro suficiente para o acabamento interno dos cômodos, porque o filho "é alérgico a poeira", justifica. "Entregaram para a gente só no reboco, preciso de dinheiro para arrumar direitinho, mas isso não dá direito a eles de despejar a gente", reclama.

Outro morador, Antônio de Jesus, protesta, apesar de não estar entre os despejados. "As pessoas estão desesperadas, chegaram em casa e não puderam entrar. Na Agehab dizem que não tem jeito, que essas casas já tem outros donos agora", comenta.

Antônio lembra que as contas de luz e água dos últimos 3 meses comprovam a ocupação das casas pelas famílias despejadas na sexta-feira.

Lígia diz que está desesperada, porque além de perder a casa, foi avisada que não vai mais poder entrar na fila para tentar outro imóvel popular. "Não sei a quem recorrer, não tenho teto para o meu filho, perdi o que eu tinha de mais importante porque tratam todo mundo como se fosse igual, não se importam se a gente tem problemas, nem perguntam porque eu não estava aqui naquele dia".

O secretário de Habitação, Carlos Marum, foi procurado pelo Campo Grande News, mas não atendeu a ligação.

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