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Cidades

Moradores pedem solução para condomínio 'fantasma'

Redação | 04/08/2009 13:30

Moradores do condomínio Portal da Lagoa querem uma solução para abandono do local, já chamado de 'fantasma'pelos que vivem no local. Eles querem passar a existir oficialmente e ter acesso a serviços públicos como água e entrega de correspondências.

O condomínio fica na avenida Tamandaré, após a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). No local, vivem cerca de 300 famílias. A maioria construiu imóveis após terem comprados terrenos em 72 vezes, com prestações de R$ 130.

O loteamento foi aberto pela Imobiliária Correta, apelidada pelos moradores de "incorreta", em 1997. Desde então, famílias têm se mudado para o local, que não existe oficialmente para a Prefeitura, conforme os próprios moradores.

Eles contam que descobriram que a imobiliária não fez os trâmites para regularização da região e por isso, o local não existe para o poder público e é como uma ocupação.

Por conta disso, muitos moradores pararam de pagar as parcelas dos terrenos e ainda os R$ 20 que são para manter o poço artesiano que distribui água potável para as casas.

No condomínio não há serviço público de distribuição de água. Também não há entrega de correspondências. No local, só há iluminação pública.

Desconhecido - Como o condomínio não existe oficialmente, não tem CEP e por isso os Correios não fazem entregas de correspondência. Além disso, o morador não consegue comprovar endereço da residência.

A energia que sustenta a bomba do poço artesiano está cortada desde a semana passada. Por conta da falta de pagamento da taxa de manutenção, estão em aberto duas contas que somam R$ 1,4 mil.

Administração - Eleito síndico do Portal da Lagoa no ano passado, Elizeu Villalba fala que o loteamento está um caos por culpa da imobiliária, mas também critica os próprios moradores.

"Da imobiliária porque não regularizou os terrenos na Prefeitura e dos moradores porque não pagam os R$ 20 mensalmente", justifica.

Ele diz que está colhendo assinaturas para denunciar a situação ao MPE (Ministério Público Estadual). No entendimento do síndico, Prefeitura, Águas Guariroba e a imobiliária têm que tomar providências para melhorar a situação.

Elizeu declara que já procurou a Prefeitura para regularizar os lotes, mas funcionários dizem que a responsabilidade é da imobiliária. Ele diz que já foi na Águas Guariroba e conseguiu que técnicos da empresa fossem até o loteamento e fizessem uma análise, "mas não passou disso".

"Qualquer um que chega aqui vê que não temos perfil de condomínio", diz Elizeu que já define o local como um bairro. "Esperamos ser um bairro de verdade".

O sindico revela que vereadores da Capital estiveram no Portal da Lagoa quando em campanha, mas só o que conseguiu com ele foram três indicações e nenhum problema solucionado.

Infra-estrutura - As ruas do loteamento não são pavimentadas. A coleta de lixo no Portal da Lagoa só começou a ser feita neste ano. A falta de água é problema rotineiro.

Moradora há seis anos no local e dona de uma pequena conveniência, Neide da Silva, revela que a água que usa para beber e cozinhar ela compra. Mas para higiene pessoal e da casa, depende da distribuída a todos os moradores.

"Aqui a falta de água é constante. Agora está mais complicado por causa dessa doença (gripe). A gente tem que fica lavando a mão toda hora, limpando as coisas. Mas aqui não tem água", diz.

Rose França Araújo, 27 anos, é uma das moradoras que não paga mais a parcela do terreno nem a da taxa de água. Ela fala que não faz mais os pagamentos porque suspeita que o dinheiro não seja usado para pagar a energia que a bomba utiliza.

Desde quinta-feira, quando foi cortada a distribuição de água, Rose busca na vizinha, a moradora Fabiana Neves, 26 anos.

Fabiana e o marido fizeram um poço artesiano particular e agora dividem com alguns vizinhos. Rose seguia para a casa de Fabiana com dois galões de 20 litros cada e pelo menos 10 garrafas pet.

Fabiana diz que tem o poço artesiano desde a primeira falta de água, mas a bomba só foi instalada há pouco tempo. Para ela, os moradores que pagam a manutenção em dia acabam sendo prejudicados por aqueles que não honram o compromisso. Por isso, ela e o marido optaram pelo poço próprio.

Resposta - Na imobiliária Correta, nenhum diretor aceitou falar sobre o problema. Apenas o advogado da empresa está autorizado a falar, mas não foi encontrado.

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