MPE denuncia sobrinho de promotora por acidente
Três meses depois de encerrado inquérito, o Ministério Público Estadual apresentou denúncia e a Justiça abriu processo contra o sobrinho da promotora Regina Broch.
O estudante Marcelo Broch, de 18 anos, responderá por lesão corporal grave, em decorrência de acidente no dia 21 de abril de 2009 que deixou a universitária Rayssa Favaro, de 19 anos, em coma e com lesões permanentes.
Depois de dez meses da colisão, o processo foi aberto no dia 19 de fevereiro, mas contraria o entendimento dos advogados de Rayssa, que pediam ação por tentativa de homicídio com dolo eventual, o que poderia levar o acusado a júri popular.
Mesmo assim, ao colocar o crime como lesão corporal "grave", "o Ministério Público entendeu que ele assumiu risco ao dirigir em alta velocidade e sem Habilitação", diz Fábio Trad.
A tipificação, no entanto, livra Marcelo de ir a júri.
Caso condenado, ele pode receber pena de 2 a 8 anos de reclusão. "Mesmo primário, não cabem penas alternativas, nem suspensão de processo", explica o advogado.
Marcelo dirigia o veículo Honda Civic, sem habilitação, e acima da velocidade permitida. A carro pertence à promotora Regina Broch, mas ela garantiu que o sobrinho pegou as chaves sem autorização.
Entretanto, as investigações da Polícia Civil não comprovaram a declaração da promotora, que chegou a registrar boletim de ocorrência para investigar suposto furto do carro, que foi arquivado.
Rayssa ainda se recupera do acidente, com dificuldades para andar e lembrar do que ocorreu no dia 21 de abril. A faculdade de Direito na Anhanguera também teve que ser trancada.
O acidente que deixou Rayssa gravemente ferida ocorreu no cruzamento da avenida Mato Grosso com a rua Bahia, em Campo Grande. Laudos periciais apontaram que Marcelo dirigia a 103 km/h.
Após o acidente, Rayssa chegou a ser desenganada pelos médicos e ficou meses no hospital.