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Cidades

Mulheres chefes do lar improvisam garantir segurança

Redação | 07/03/2009 13:03

Para as mulheres que vivem sozinhas e são as responsáveis por tomar conta do lar e dos filhos, garantir a segurança da família não é tarefa fácil. Em uma rua do Jardim Futurista, em Campo Grande, onde a maioria das casas é chefiada por mulheres, as formas de garantir a segurança variam de facões escondidos na cozinha a móveis travando as portas na hora de dormir.

Dona de um bar, Juraci Alexandrino da Silva, de 46 anos, vive sozinha com o neto de 16 anos. Ela conta que por várias vezes clientes ficaram bebendo e, como explica ela, 'dando trabalho' no estabelecimento. "Eu falo brava com eles, daí eles vão embora", explica.

Ela confessa também que tem um facão guardado na cozinha, para garantir que nenhum freguês irá passar dos limites. Juraci mora sem o marido há dezoito anos, e conta que durante esse tempo conseguiu 'criar' as duas filhas. Mesmo acostumada a chefiar a casa, ela explica é necessário ter pulso firme para isso. "Tem que ser forte para enfrentar essa barra sozinha", afirma.

Sua filha, Lucimara Alexandrina da Silva, de 27 anos, seguiu os passos da mãe e mora sozinha com duas filhas. Como só há mulheres na casa, explica ela, é preciso ter um cuidado reforçado com a segurança. Na hora de dormir, somente as trancas das portas não são suficientes. "Eu encosto máquina, sofá, tudo na porta", conta ela.

Lucimara afirma que prefere chefiar a casa e viver apenas com os filhos. Vinda de um casamento de oito anos, ela fala da liberdade de cuidar das finanças e decidir sozinha o que será feito do orçamento. "Não dá para depender dos homens", desabafa.

Apesar de cuidar das tarefas de casa, ser a responsável pelas finanças da família e pela educação e segurança dos filhos, ela garante que "é melhor viver sozinha". Mas, quando diz sozinha, refere-se apenas à ausência de um marido.

Ela ressalta que não conseguiria chefiar a casa sem o apoio das amigas da vizinhança que, em sua maioria, compartilham da mesma situação. "Aqui todo o mundo se ajuda. Uma olha o filho da outra, enquanto a mãe está trabalhando, e é um pelo outro", justifica.

Improviso - Moradora da mesma rua no Jardim Futurista, Alice Arruda Diniz, de 36 anos, também mora sozinha com os cinco filhos. Ela confessa que não tem cuidados especiais com a segurança da família, pois não acha necessário. "Nem muro tem na minha casa", brinca.

Mesmo assim, ela conta que há dois anos levou um susto, quando um ladrão tentou arrombar a porta. Antes de ligar para a Policia, ela decidiu proteger os filhos. Buscou na cozinha uma faca de açougue, foi até o vidro quebrado da janela e gritou para o ladrão: "Agora é que eu furo você!".

Depois disso, a mulher conta que o ladrão saiu correndo, e ninguém mais tentou arrombar sua casa. "Com o tempo você aprende a se defender", conclui.

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