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Cidades

Pacientes esperam mais de um mês por cirurgia de coração

Redação | 25/03/2009 11:10

Pacientes cardíacos, internados no Hospital Regional, têm de esperar mais de um mês para conseguir vaga para procedimentos cirúrgicos na Santa Casa, em Campo Grande.

Na fila atual estão quatro pessoas que não têm previsão de quando serão submetidas ao procedimento de que necessitam. O hospital suspendeu cirurgias eletivas há mais de um mês e as famílais dizem que o atendimento agora é na base do "conta gotas".

A falta de perspectiva para as cirurgias deixa os parentes em desespero. A esposa de um deles diz que o esposo está internado no hospital há 36 dias, precisando de uma angioplastia, procedimentos mais simples. "Meu esposo corre o risco de sofrer outro infarte e eu não sei a quem recorrer", diz a mulher, que não se identifica temendo represália.

De acordo com informações do hospital, outro paciente aguarda cirurgia para colocar uma válvula no coração. Os outros três precisam de angioplastia, intervenção para desobstruir artérias.

"O único serviço que faz isso em Campo Grande é a Santa Casa", afirma o diretor técnico do Hospital, Alexandre Frizzo. Ele explica que os pacientes encaminhados ao Regional só podem ser diagnosticados e atendidos de maneira preliminar.

Quando é detectada a necessidade de cirurgias cardíacas, eles passam para a fila de espera, onde ficam por tempo indeterminado até que haja vagas disponíveis. "Essas vagas são sistematicamente negadas, e o paciente fica aí", justifica o diretor.

Para realizar a angioplastia, assim como o cateterismo, é necessário o auxílio de um aparelho, explica Frizzo. O detalhe é que o equipamento já foi comprado pelo HR.

Agravante - O aparelho deveria começar a funcionar em fevereiro deste ano, mas está parado por conta de contestação no processo de licitação, diz o diretor técnico.

Ele contou que para compra de materiais que são colocados nas veias para dilatação, os médicos "por decisão técnica" solicitaram um produto cuja unidade custa R$ 10 mil. De acordo com o médico, ele tem durabilidade de 25 anos.

Durante a licitação, garante o diretor, fabricantes que possuem o mesmo material, mas com "qualidade inferior e durabilidade de apenas dez anos", argumenta, entraram com um recurso alegando que o Governo deveria escolher o mais barato, o que paralisou o processo.

Por conta disso, a equipe técnica teve de revisar a licitação, especificar a durabilidade como critério e solicitar o material de qualidade superior novamente, garante Frizzo. Segundo ele, o processo está e fase final e o aparelho deverá ser usado em um prazo de 30 dias.

A expectativa do hospital é que sejam feitos 200 atendimentos por mês. "Com isso, a gente espera desafogar essa fila de espera", garante o diretor técnico do hospital que tem como objetivo ser referência em cirurgias cardíacas.

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