Para promotora, reservas privadas podem salvar Guariroba
Degradada pela destruição da mata ciliar e pelo assoreamento, a bacia do córrego Guariroba, que abastece Campo Grande, terá um projeto de recuperação baseado na criação de reservas particulares de proteção. A estratégia foi definida ontem, durante reunião entre a Promotoria Pública do Meio Ambiente, representantes dos proprietários rurais, técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e da Águas Guariroba.
De acordo com a promotora do Meio Ambiente, Mara Cristiane Bravo, uma palestra técnica aberta ao público será proferida por agentes do Imasul e da Águas Guariroba no dia 17 de maio. O local ainda não foi definido. O encontro servirá para orientar os produtores sobre a regularização, o que plantar e como recuperar as áreas que serão utilizadas nas reservas.
"A reunião de ontem serviu para orientar essa palestra técnica e prática. Nela será explicado como é feito o licenciamento ambiental e os prazos para a regularização da reserva legal. Os produtores saberão o que e como plantar nas margens dos rios", afirmou a promotora.
Ficou definido que as reservas formarão um corredor ecológico nas margens dos córregos. Elas serão interligadas e seguirão o trajeto das nascentes que formam a bacia. A ação, de acordo com a promotora Mara Cristiane Bravo, já é suficiente para conter a degradação do solo e o assoreamento dos córregos em uma área de mais de 36 mil hectares.
"O Ministério Público não é um órgão licenciador ou financiador. Estamos aqui para fiscalizar e cobrando de todas as partes a recuperação da bacia", frisou a promotora. Por lei, cada propriedade rural deve ceder 20% de sua área total para a preservação da vegetação natural.
A primeira ação para a recuperação da bacia do Guariroba, segundo a promotoria, já está sendo colocada em prática: o isolamento de áreas nas propriedades. Apesar de não serem reservas legais na prática, as áreas foram delimitadas para evitar a agricultura e a pecuária em locais de risco.
Cobrança