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Cidades

PF prende secretário e mais 5 por envio de cocaína a 4 estados

Edivaldo Bitencourt | 29/05/2014 16:45
Secretário municipal de Ponta Porã foi preso na operação contra o tráfico de drogas (Foto: Arquivo)
Secretário municipal de Ponta Porã foi preso na operação contra o tráfico de drogas (Foto: Arquivo)

A Polícia Federal prendeu seis pessoas em Mato Grosso do Sul, incluindo-se o ex-secretário municipal de Governo e Comunicação e diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação de Ponta Porã, Leonardo Derzi Resende. O grupo utilizava uma transportadora de Dourados para enviar cocaína para quatro estados: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Segundo o superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Sandro Luciano Caron, um secretário municipal de Ponta Porã está envolvido com a organização criminosa. Ele evitou citar o nome. No entanto, o Campo Grande News confirmou que Resende, que integrou a gestão de Flávio Kayath (PSDB), como secretário municipal de Governo e de Comunicação, e comandava a política habitacional de Ludimar Novaes (PPS), foi preso na operação.

Outras três pessoas foram presas em Ponta Porã e duas em Dourados. Na segunda maior cidade do Estado estava a transportadora, que usava o envio de cargas lícitas para enviar cocaína e maconha. Segundo a PF, o grupo enviou pelo menos 1,1 mil quilos de cocaína (o que significa faturamento de aproximadamente R$ 22 milhões) e três toneladas de maconha.

A transportadora, que não teve o nome divulgado, enviava a droga em fundo falso dos caminhões. A maior parte da carga transportada era de alimentos, cal e cimento. Em alguns casos, para chegar no ponto de entrega do entorpecente, os caminhões levavam 30 dias percorrendo o país entregando produtos lícitos.

A quadrilha, segundo o superintendente, mandava de 100 a 200 quilos de cocaína por vez. A primeira apreensão, de 161 quilos de cocaína, ocorreu em maio do ano passado em Muçum (RS).

A compra de carretas e caminhões para a transportadora de Dourados era um dos meios do grupo criminoso lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

O chefe da quadrilha, segundo o delegado Daniel Madruga, era um argentino, que já foi preso por tráfico de drogas em 2010 e foi libertado dois anos depois de cumprir pena no presídio central. Ele conseguiu se reerguer e até utilizava uma revendedora de veículos para lavar o dinheiro obtido com o crime organizado. No Rio Grande do Sul, a Operação Suçuarana prendeu quatro pessoas, sendo três em Porto Alegre e um em Gravataí.

O principal fornecedor de cocaína era o narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, preso no Paraguai. A droga chegava ao Paraguai de avião, era refinada em um laboratório de Ponta Porã e seguia para Dourados, onde era embarcada na transportadora e ia para outros quatro estados em fundos falsos de carretas e caminhões.

Além dos 10 presos, a PF sequestrou 150 veículos, 21 imóveis e as contas bancárias da quadrilha. Eles podem ser condenados a penas de até 40 anos de prisão por tráfico de drogas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Histórico – Leo Derzi, como é mais conhecido, assumiu o cargo de diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação em setembro de 2013. Ele foi secretário municipal de Governo e Comunicação na gestão anterior até setembro de 2012.

O Campo Grande News tentou contato com o prefeito Ludimar Novaes, mas o telefone celular estava desligado. O assessor de imprensa da prefeitura estava em viagem e não sabia da prisão do secretário.

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