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Cidades

PM inicia curso para ensinar polícia boliviana a combater PCC na fronteira

Rafael Ribeiro | 17/07/2017 09:41
Operação entre polícias do Estado e Bolívia, em março, foi primeira ação conjunta contra o PCC (Foto: Divulgação/Sejusp)
Operação entre polícias do Estado e Bolívia, em março, foi primeira ação conjunta contra o PCC (Foto: Divulgação/Sejusp)

Após uma série de ações criminosas atribuídas a integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa de São Paulo que atua dentro e fora dos presídios, a polícia boliviana inicia nesta segunda-feira (17) um curso intensivo de prevenção e repressão de crimes característicos de quadrilhas especializadas.

As autoridades do país vizinho viram a necessidade de se atualizarem e aperfeiçoarem após assalto a joalheira no último dia 13, em shopping de Santa Cruz de La Sierra, onde cinco pessoas, sendo três ladrões, um policial e um funcionário do local, morrerem em troca de tiro.

Segundo o coronel Wagner Ferreira da Silva, comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, responsável pelo curso, a ideia de oferecer um treinamento partiu dos próprios bolivianos, ao perceberem que precisavam de maiores informações sobre o PCC.


“Tão logo se confirmou que a autoria (do assalto) era de brasileiros, eles nos procuraram para saber mais informações, sobre integrantes (do PCC) e seus métodos de atuação”, disse Silva.

Um encontro preliminar da PM com as forças vizinhas foi feito logo após o assalto, em Corumbá (a 419 km de Campo Grande). E os bolivianos atribuíram às dicas recebidas o crédito pela prisão de parte da quadrilha, capturada escondida em cidades da fronteira com o Brasil.

Desde 2016 que crimes de repercussão atribuídos às facções criminosas acontecem na Bolívia. Neste ano, por exemplo, houve um ataque a um carro-forte no final de março, em que US$ 2 milhões (cerca de R$ 6,5 mi) foram levados.


Na ocasião, pouco após esse assalto, os bolivianos descobriram planos do PCC que previam a explosão também de agências bancárias e até de seqüestros.


Reuniões foram feitas com o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, e com representantes de estados vizinhos, como Mato Grosso, Rondônia e Acre, operações foram agendadas e a promessa era de que no segundo semestre os resultados seriam avaliados.

"É um tipo de atuação criminosa que eles não estão habituados e por isso viram a necessidade de aprenderem sobre novas práticas e métodos", completou o coronel.

O curso – Ao todo, 18 oficiais da Polícia Nacional Boliviana e do Departamento de Força Especial de Luta Contra o Crime do país farão o curso, com previsão de 67 horas/aula de duração. O Estágio de Patrulha em Ambiente Rural, como foi nomeado, é uma iniciativa inédita, segundo a PM.

“Ações como essa nos aproximam mais, o que facilita a troca de informações e buscas por suspeitos, sem a necessidade de grande burocracia”, disse Silva.

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