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Cidades

Prédio de antigo hospital infantil foi furtado e está sucateado, diz dono

Aparelhos de ar-condicionado, colchões e até fechaduras foram furtadas, de acordo com Mafuci Kadri

Yarima Mecchi | 28/11/2016 10:58
Fachada do prédio está coberta por tapumes. (Foto: Alcides Neto)
Fachada do prédio está coberta por tapumes. (Foto: Alcides Neto)

O dono do prédio onde funcionava o Cempe (Centro Municipal Pediátrico), localizado na Avenida Afonso Pena, Mafuci Kadri, disse nesta segunda-feira (28) que o prédio está sucateado e que vários materiais foram furtados. Em entrevista ao Campo Grande News, o proprietário conta que uma vistoria foi feita pela Justiça no local, sendo constatado o furto de aparelhos de ar-condicionado e torneiras, além de macas cirúrgicas quebradas e danos estruturais.

"Nesses dias passados foi feita uma vistoria por técnicos da Justiça e, pasmem, encontraram o hospital com todos os ar-condicionados roubados, todos os colchões roubados, todas as torneiras roubadas, fechaduras, mesas cirúrgicas quebradas, raio-x quebrados, Pabx roubado, está uma verdadeira sucata", relatou.

Ele que cobra na Justiça o pagamento de R$ 2.798.005,12 referente aos meses atrasados e mais 1% de IGPM (Índice Geral de Preço de Mercado) acrescentado até o dia do pagamento disse que vai incluir todos os danos no processo para que a prefeitura arque com o prejuízo.

O valor corresponde, segundo a defesa dos proprietários do imóvel, à dívida acumulada de novembro de 2015 até junho deste ano, quando foi movida a ação contra a Prefeitura de Campo Grande, que pode ter de tirar dos cofres do município montante que supera os R$ 3 milhões.


"Eu tenho documentos que comprovam que estava tudo em bom estado, têm documentos registrados em órgãos competentes. Quando foi feito o aluguel foi mediante peritos que avaliaram tudo que estava lá dentro. Tem que me entregar o hospital no mínimo da forma como pegaram".

Mesmo com uma ação impetrada em junho deste ano, Mafuci acredita que a mudança de gestão vai colaborar para resolver o problema de forma mais rápida e com diálogo.

"Eu acho que haverá grande possibilidade de resolvermos os problemas no mais absoluto diálogo, eu vou ser parceiro do Marquinhos na saúde", diz ele se referindo ao prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD). 

A reportagem consultou a movimentação do processo no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas nenhum laudo de vistoria foi anexado à ação por enquanto. 

Cempe fechou no dia 30 de novembro de 2015. (Foto:Gerson Walber/ Arquivo/ Campo Grande News)
Cempe fechou no dia 30 de novembro de 2015. (Foto:Gerson Walber/ Arquivo/ Campo Grande News)

Ilegal – O Cempe foi criado no governo Gilmar Olarte, pelo então secretário de saúde Jamal Salém, mas nunca teve autorização do Conselho Municipal de Saúde para funcionar. Por isso, recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) não poderiam ser usados no pagamento dos aluguéis e custeio dos atendimentos.

O Ministério da Saúde prega a descentralização do atendimento, seja para adultos ou crianças, e o projeto concentrava todos os pediatras da rede municipal no local.

Embora ilegal, o “hospital pediátrico” quase sempre era elogiado por quem procurava socorro para os filhos, por ser um lugar onde o atendimento era garantido e menos demorado.

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