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Cidades

Prevenção ao bullying também deve ocorrer em consultórios pediátricos, diz SBP

Andreia Verdélio, da Agência Brasil | 08/11/2017 13:37

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou nesta semana um guia sobre bullying, para que pais, adolescentes e professores possam enfrentar e prevenir essa prática, especialmente nas escolas. Segundo o presidente do Departamento Científico de Saúde Escolar da entidade, Joel Bressa da Cunha, a SBP tem uma preocupação ampla com todos os aspectos ligados à saúde das crianças e adolescentes.

“É um assunto importante, que precisa ser mais entendido pelos pediatras, porque eles têm ação fundamental, tanto na prevenção quanto no encaminhamento das questões de violência”, disse Cunha, explicando que o bullying deve ser mais abordado dentro dos consultórios médicos. O bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra um ou mais colegas, causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da vítima.

O próprio pediatra pode intervir e orientar pais e filhos, conforme a gravidade da violência, desde uma conscientização no próprio consultório, a abordagem direta na escola, até o encaminhamento para um especialista. “Uma atitude ativa do pediatra é importante para evitar consequências graves. Perguntar como o paciente está indo na escola é simples, dar orientações”, acrescentou Cunha.

No guia, Cunha explica que há uma série de informações, inclusive para identificar bem o bullying. “A gente caracteriza o bullying como a intenção de humilhar. Não é algo com a intenção de causar um dano muito grande. Mas, por ser mais leve na intenção, não quer dizer que não tenha consequências mais graves, tanto físicas quanto psicológicas”, disse.

O documento da SBP traz também orientações sobre atitudes a serem adotadas pelos diferentes atores. Por exemplo, no caso daquela criança ou adolescente que é alvo de bullying, a SBP recomenda que os pais observem a presença frequente de sinais de trauma, como ferimentos e hematomas, alterações repentinas de humor, apresentação de desculpas para não ir à escola, comportamento agressivo ou busca de novas amizades fora da escola.

Para Cunha, tanto o alvo quanto o autor do bullying têm que ser vistos com atenção especial, pois eles têm mais possibilidade de apresentar, ou de desenvolver no futuro, problemas ligados à saúde mental, como ansiedade, depressão e uso de drogas.

No caso da criança ou do adolescente que pratica atos de agressão contra os colegas, a SBP pede que os pais e responsáveis não ignorem a situação, busquem respostas para os motivos do comportamento e evitem o uso da violência para resolução do problema. “É importante evitar ações meramente punitivas, porque isso pode até reforçar algo que este estudante sente e dar motivo para uma agressividade maior”, explicou o pediatra.

De acordo com Cunha, os espectadores também são parte das estratégias de prevenção ao bullying. “É importante tornar visível a questão do bullying e incentivar todos a falar sobre isso e a conversar com os adultos para que a ação não aconteça. Se todos estiverem motivados e orientados a falar, pode não partir do alvo, mas daqueles espectadores”, afirmou.

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