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Produto tóxico invade avião, causa mau cheiro e cancela voo para SP

Aeronave da Latam decolaria rumo a São Paulo pouco depois do meio-dia; confusão com voucher de alimentação levou Procon ao aeroporto

Humberto Marques e Liniker Ribeiro | 16/11/2018 16:59
Passageiros foram retirados de voo da Latam após mau cheiro que, segundo piloto, foi causado por produto tóxico. (Foto: Paulo Francis)
Passageiros foram retirados de voo da Latam após mau cheiro que, segundo piloto, foi causado por produto tóxico. (Foto: Paulo Francis)

O uso de um produto tóxico para a limpeza do ar-condicionado do avião, que exalou um forte mau cheiro, levou ao cancelamento do voo 3.851, da Latam, que partiria às 12h10 do Aeroporto Internacional de Campo Grande rumo a Congonhas (São Paulo). Passageiros aguardaram duas horas até receberem a confirmação da suspensão da decolagem, o que gerou indignação e levou uma equipe do Procon-MS (Superintendência de Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul) ao local.

Segundo relatos de passageiros à equipe de reportagem, o embarque foi realizado normalmente. Contudo, cerca de 20 minutos depois, o avião precisou ser evacuado devido a um forte cheiro. O próprio piloto teria informado que o odor era resultado do uso de um produto tóxico na manutenção do sistema de ar-condicionado da aeronave.

Com o cancelamento, a Latam distribuiu vouchers de alimentação para os passageiros, no valor de R$ 23. A “solução”, no entanto, criou um novo problema, já que o cupom valeria apenas para o único restaurante do aeroporto, que informou não ter condições de preparar refeições para todos os passageiros. Com o valor, seria possível adquirir pouco produtos, como por exemplo um misto quente, vendido no local a R$ 19. 

Diante dessa situação, passageiros acionaram o Procon-MS, que deslocou uma equipe até o aeroporto. Superintendente do órgão, Marcelo Salomão informou que aguardava contato com a gerência da Latam “para garantir os direitos dos passageiros” em relação ao reembarque. Quanto ao voucher, ele adiantou que a distribuição dos cupons de alimentação é obrigatória, porém, não pode ser direcionada a um produto, e sim “garantir a alimentação do passageiro”.

Passageira mostra voucher que gerou reclamação ao Procon-MS. (Foto: Paulo Francis)
Passageira mostra voucher que gerou reclamação ao Procon-MS. (Foto: Paulo Francis)

Planos – O contratempo ameaçou planos de muitos dos passageiros para o fim de semana. A farmacêutica Patrícia Enne Freire, 33, seguia com a mãe, a irmã e quatro crianças para o Rio de Janeiro. Segundo ela, o cancelamento do voo ameaça atrasar em dois dias as suas férias. Isso porque, pelos primeiros contatos com a Latam, ela seguiria para Congonhas e, de lá, pegaria conexão para o Rio.

“Agora o horário da conexão ficou para amanhã (sábado, 17) às 21h”, afirmou. Patrícia disse passaria apenas o fim de semana na cidade e também reclamou do voucher, já que uma de suas filhas queria uma refeição, e não o lanche fornecido.

O aposentado Marcos Antônio Grilo, 63, também se disse apreensivo. Ele também segue com a mulher para o Rio, onde serão padrinhos de um casamento marcado para o meio-dia de sábado. “Precisamos chegar a tempo, mas não sei se vamos conseguir”, afirmou.

O atraso também atingiu os planos do estudante Pedro Ernesto, 19, que segue para Curitiba (PR) onde fará o vestibular. No entanto, ele afirmou ter mais folga. “Minha sorte é que estou indo com antecedência. Vou fazer a prova só no domingo, então, dá tempo de chegar”, disse.

A previsão é de que os passageiros sigam viagem em um voo com decolagem prevista para as 18h15.

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