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Cidades

Quadrilha fraudava Renavan e faturava R$ 2,5 mi ao mês

Redação | 13/02/2009 14:02

Além de roubar veículos de carga, a quadrilha desmantelada nesta sexta-feira pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e MPE (Ministério Público Estadual) de Goiás, dava golpe do seguro. O esquema foi considerado "quase perfeito" pelos responsáveis pela investigação que durou 7 meses e movimentou R$ 2,5 milhões mensais nos últimos dez anos.

Um dos integrantes, Cristiano Benites Cabral, mora em Campo Grande. Contra ele havia mandado de busca e apreensão e de prisão, mas o acusado não foi localizado em casa onde vive, por isso só foi cumprido o mandado de busca e apreensão.

O sul-mato-grossense é apontado como um dos "braços" das maiores quadrilhas de roubo de veículos de carga do Brasil, que segundo a PRF negociava de forma criminosa 10 veículos por semana, em média.

Na casa de Cristiano, no Jardim Tijuca, foram apreendidos documentos de veículos, passagem rodoviária para Goiás e Minas Gerais, notas de abastecimentos e hotéis.

Entre os presos na operação desta sexta-feira estão empresários, despachantes, motoristas profissionais e assaltantes.

A ação de hoje terminou com 5 mil certificados de registro de veículos em branco, material para adulteração de chassis e placas de veículos, além de armas, cartões de crédito em branco e veículos.

O esquema, segundo o Ministério Público, começa com o roubo de caminhões de carga. Um detalhe é que os criminosos também usavam mulheres como iscas para interceptar os caminhoneiros na estrada ou em postos de combustíveis. Depois de roubar os veículos, os chassis eram adulterados por profissionais treinados.

A ação em 13 estados, realizada contra a quadrilha, envolveu 300 agentes da PRF, 100 viaturas e duas aeronaves, com mandados cumpridos em em Uberaba, Uberlândia e Gurinhatã (MG), Itumbiara, Goiânia e Anápolis (GO), Assis, Várzea Paulista e Araçatuba (SP), Cuiabá e Várzea Grande (MT) e em Ji-Paraná (RO).

Acima de suspeitas - De acordo com policiais rodoviários federais especializados em identificação de veículos, a técnica dos bandidos "beirava a perfeição".

O crime era quase imperceptível porque a quadrilha criava novo Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), que funciona como uma identidade.

Durante vistorias, ao consultar a base de dados do Renavam, o policial recebia a informação, verdadeira, de que o código consultado estava regular.

A quadrilha era audaciosa. Colocava as carretas no seguro e depois voltava a roubar o veículo, aplicando golpe contra seguradoras. "Um mesmo veículo chegou a ser utilizado no esquema três vezes.", relata a assessoria da PRF.

O último passo era comercializar os veículos no mercado paralelo por até metade do valor, ou desmanchava e vendia as peças ou os enviava para a Bolívia.

As investigações começaram quando agentes da PRF, apesar da técnica empregada pelos falsários, perceberam indícios de adulteração durante fiscalizações de rotina.

Como o Renavan era verdadeiro, o esquema só foi descoberto depois que os agentes passaram a consultar as montadoras dos veículos e a fraude veio à tona.

Até a noite de hoje a polícia ainda espera cumprir outras 119 determinações judiciais de apreensão de veículos pertencentes aos membros do grupo.

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