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Cidades

Rapazes dão versões diferentes sobre morte de garota

Redação | 10/06/2009 11:25

Os três rapazes envolvidos no assassinato da garota de programa Claudinéia Rodrigues Mendes, a "Néia", 25 anos, ocorrido dia 8 de maio, mais uma vez apresentaram versões diferentes sobre o crime.

A Polícia Civil fez nesta quarta-feira a reconstituição do assassinato, segundo a versão de cada um deles. Há diversas contradições, porém o que todos afirmam é que o acadêmico de Ciências Contábeis Hugo Pereira da Silva, 19 anos, não agrediu "Néia" e que ele foi embora após o pneu do veículo ter furado.

Outro ponto que a história é a mesma, é sobre o retorno ao local do crime. Após o assassinato, retornaram ao local o auxiliar administrativo Leonardo Leite Cardoso, 27 anos, e o estudante de Direito, Fernando Pereira Verone, 19 anos.

Todos também disseram que Fernando era quem dirigia o Palio Wekend, do pai dele. Hugo e Leonardo tinham dito que era Hugo quem dirigiu o carro até o local: um matagal na divisa dos bairros Nova Campo Grande e Santa Emília, a três quilômetros da avenida Duque de Caxias, com a residência mais próxima distante 800 metros.

Os três também falam a mesma coisa sobre a fuga. Após o crime, eles entraram no carro, Fernando saiu em alta velocidade, em um determinado momento viram um veículo atrás e ficaram nervosos.

Fernando apagou os faróis do carro e eles então caíram com o veículo em um buraco e um dos pneus furou. Uma parte do pára-choque também foi danificada. O trio então parou próximo ao clube Bom D+ para trocar o pneu e Hugo decidiu ir embora nesse momento.

Separados - Cada um deles chegou à reconstituição em uma viatura. Eles foram mantidos separados enquanto cada um apresentava a sua versão. Os três só ficaram próximos no fim, quando Leonardo foi chamado para esclarecer alguns detalhes.

Leonardo - O mais alto, mais forte e mais velho dos três, foi o primeiro a mostrar à Polícia o que, na versão dele, aconteceu por volta de 21 horas do dia 8 de maio.

Segundo Leonardo era Fernando quem dirigia o carro. Ele e Hugo estavam no banco de trás.

Conforme Leonardo, Fernando saiu do carro e falou "vou matar essa p... porque vai dar BO". "Néia" então saiu do carro e Fernando deu uma rasteira nela.

Na delegacia, um dia após ser preso, Leonardo disse à imprensa que foi ele quem tirou a garota do carro com um chute.

Após a rasteira, Néia caiu no chão e Fernando pegou uma pedra grande, com as duas mãos, e desferiu na cabeça da garota. Ele disse que acredita que ela tenha morrido nesse momento. Hugo não participou.

Em seguida, saíram do local em alta velocidade e só pararam para trocar um dos pneus. Depois de terem trocado, Leonardo conta que voltou com Fernando ao local.

Na versão dele, o acadêmico de Direito teria dito que era para deixar a menina ali porque "era puta e ninguém ia se importar".

Leonardo falou ainda que "Néia" chegou a se encolher quando viu que seria atingida por um golpe e que viu jorrar sangue da cabeça dela.

Hugo - O rapaz alto, magro e que há poucos dias trabalhava como frentista em um posto de combustíveis, contou que quando chegou no local, conversou com "Néia" , olhou no olho dela e garantiu que nenhum mal iria acontecer a ela.

Em seguida, pegou o celular do Leonardo, se afastou do carro, ligou para uma amiga e perguntou onde ela estava, com a intenção de ir até ela. Após encerrar a ligação, olhou para trás e viu as agressões.

Ele conta que os três estavam fora do carro, do lado do carona. Leonardo do lado direito e Fernando, do esquerdo.

Na versão de Hugo, Leonardo deu uma rasteira na garota, ela caiu no chão e Fernando passou a chutar a vagina dela.

Leonardo então deu uma pedrada na cabeça. Foram de três a quatro golpes. "As pessoas podem dizer por que eu não evitei, mas eu fiquei estagnado, eu nunca vi uma cena como essa, eu fiquei assustado, apavorado", disse Hugo à Polícia durante a reconstituição.

O universitário conta que depois disso, Fernando e Leonardo jogaram a garota para o interior do matagal, a cerca de um metro da margem. Depois disso, foram embora e enquanto trocavam o pneu, Hugo disse que ligou para uma amiga, que foi busca-lo.

Segundo Hugo, encontrou com Fernando depois e ele disse que havia voltado ao local com Leonardo e que "estava transtornado".

Fernando -O mais baixo dos três e que aparenta ter melhores condições financeiras, disse que ao chegarem no local, ficou no banco de trás com Hugo e "Néia".

Hugo então pediu para ficar sozinho com a garota e ele e Leonardo saíram de dentro do veículo. Após alguns instantes, na versão de Fernando, Leonardo pediu para conversa com "Néia" e então Hugo saiu do carro e foi até onde o estudante de Direito estava.

De acordo com Fernando, Hugo falou a ele que "Néia" havia contado que tinha três filhos e que não era para fazer mal a ela. E que ele, Hugo, havia falado que nada aconteceria a ela.

Durante a conversa rápida, o carro começou a balançar e Leonardo a empurrou. A garota então caiu. Fernando conta que nesse momento gritou. "O que você está fazendo cara, o que que é isso?"

Fernando conta, que nesse momento, viu Leonardo dar pedradas no rosto de "Néia". "Fiquei assustado", disse.

Após os golpes, na versão de Fernando, Leonardo pegou a bolsa da garota e jogou, dizendo que assim, não teriam como identifica-la. Os três então entraram no veículo e saíram.

Já no local pela segunda vez, ele e Leonardo pararam o carro do lado contrário da primeira. Leonardo desceu sozinho e nesse momento, Fernando diz que acredita que ele tenha dado mais uma pedrada em "Néia", por causa do barulho que ouviu.

Segundo ele, Leonardo disse que era para não ficar apavorado, para ficar tranqüilo, calado, porque era melhor para a família dele. De acordo com Fernando, Leonardo falou que inventaria uma desculpas ao pai dele [Fernando].

Prisões - A Polícia chegou até eles após relato de testemunhas, uma delas está no Programa de Proteção à Testemunhas. Hugo e Leonardo foram presos dia 2. Fernando teve a prisão preventiva decretada, ficou foragido e só se apresentou nessa terça-feira.

Na casa dele, no bairro Nova Campo Grande, onde também mora Hugo, a Polícia apreendeu o carro, um soco inglês, cápsulas deflagradas, um revólver de brinquedo, uma espingarda de pressão e um pedaço de madeira que lembra um taco. Leonardo mora no bairro Ana Maria do Couto. Os dois bairros ficam na mesma região.

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