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Cidades

Relatório aponta falhas em acidente com morte na LM

Redação | 26/03/2009 14:15

Na madrugada do último dia 14 de fevereiro, quando cumpria uma jornada de trabalho das 22h30 às 6h30 na fábrica LM Vidros Temperados, o assistente de produção Denner Mendes Dias, de 23 anos, se deparou com uma situação para o qual não recebeu treinamento, e, agindo apenas da forma que acreditava ser correta, morreu em decorrência de um acidente de trabalho.

Este é o parecer do Cerest (Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador) sobre o acidente que vitimou o trabalhador.

Na ocasião, conforme o documento, o funcionário foi alertado que deveria colocar um pedaço de papelão entre as peças de vidros, atendendo uma exigência do controle de qualidade. Denner, então, pediu que um colega empurrasse as peças de vidro para que ele amparasse, contudo, não suportou o peso das oito lâminas, equivalente a mais de uma tonelada, caiu e sofreu traumatismo craniano.

"Não tinha uma norma de segurança de como ele deveria proceder. Como, por exemplo, transpor as peças de um carrinho para outro e corrigir a falha", enfatiza engenheiro de segurança do trabalho, Erick Capobianco.

Além da falta de normatização dos procedimentos de segurança, o relatório cita uma série de falhas.

Conforme o documento, Denner Dias foi chamado pra cumprir as 8h da jornada de trabalho à noite porque o processo de fabricação ficou interrompido por três dias e a empresa tinha prazos a cumprir.

"Diante da interrupção do processo de tratamento de têmpera de vidros com a paralisação do forno demandou a produção extraordinária, executada com funcionários em número reduzido", aponta o engenheiro de segurança do trabalho.

De acordo com ele, também houve falha de logística, pois as lâminas de vidros tiveram quer ser colocadas em um carrinho menor do que o usualmente utilizado. "Os colegas de trabalho do Denner disseram que 'caçaram' um carrinho. O que mostra que no dia não haviam provido o número suficiente de carrinho para transporte interno".

Conforme Erick Capobianco, o programa de prevenção de acidentes da empresa, elaborado em setembro do ano passado pelo Sesi, é falho, com foco apenas no uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) e controle de qualidade do produto.

De acordo com o parecer, a assinatura de Denner consta na lista de presença de apenas um curso oferecido no dia 16 de dezembro, o tema era o uso de EPI. A produção de vidros é considerada de grau de risco 3. A classificação do Ministério do Trabalho vai até 4.

Se em vez dos 98 funcionários, a empresa tivesse 101 empregados, também seria exigida a contratação de um técnico de segurança de trabalho. Em outubro do ano passado, um outro funcionário morreu durante jornada na empresa.

O relatório foi feito a pedido da Vigilância de Saúde e será encaminhado ao MPT (Ministério Público do Trabalho) e SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego).

Responsável - O presidente da Cipa (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes) da LM, Robson da Silva Martins, atribuiu toda responsabilidade pelo acidente ao funcionário morto e a um colega que fazia o procedimento em dupla com a vítima. Na avaliação de Robson Martins, Denner negligenciou os passos para o armazenamento do material no carrinho de transporte.

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