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Cidades

Sindicatos ameaçam ‘parar tudo’ e anunciam que ‘haverá transtornos’

Sindicalistas prometem fechar escolas, comércio e delegacias, além de tirar ônibus das ruas na próxima sexta-feira

Anahi Zurutuza e Lucas Junot | 25/04/2017 15:58
Passeata no dia 15 de março em rua do Centro de Campo Grande; 'greve geral', agora, é anunciada para 28 de abril, próxima sexta-feira (Foto: André Bittar/Arquivo)
Passeata no dia 15 de março em rua do Centro de Campo Grande; 'greve geral', agora, é anunciada para 28 de abril, próxima sexta-feira (Foto: André Bittar/Arquivo)

Protestos contra as reformas da Previdência e trabalhista, programados para sexta-feira (28), devem fechar escolas, delegacias e o comércio, parar o transporte coletivo e atingir o funcionamento de postos de saúde e hospitais.

Serviços oferecidos pelos bancos, no último dia para a entrega da declaração do IR (Imposto de Renda), podem ser prejudicados e ao menos parte dos empregados dos Correios também deve parar.

É o que prometem sindicalistas que representam trabalhadores destes setores e que, sob o comando da Força Sindical, organizam em Mato Grosso do Sul a greve geral. O movimento é nacional e pretende, conforme diz o slogan lançado pelos movimentos sindicais, “parar o Brasil”. 

No Estado, além do ato, marcado para começar às 8h na Praça Ary Coelho, em Campo Grande, sindicatos também estão sendo planejando bloqueios em pontos estratégicos das rodovias federais e estaduais.

Os presidentes das entidades e lideranças de movimentos sociais convocaram coletiva de imprensa para tarde desta quarta-feira (25), onde explicaram como será a paralisação.

Webergton Sudario, presidente da Fetricom (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Mato Grosso do Sul), uma das entidades que aderiu ao movimento, admite: será inevitável que as ações não causem transtornos.

“Já estamos avisando com 48 horas de antecedência, que quem não quiser participar, já nem é para não saírem de casa, para depois não reclamar. Fica em casa, que terá menos dor cabeça”.

Passageiros foram aos terminas, em março, mas não havia ônibus rodando (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Passageiros foram aos terminas, em março, mas não havia ônibus rodando (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Alunos da rede estadual também foram para pontos de ônibus (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Alunos da rede estadual também foram para pontos de ônibus (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Setores mais afetados – A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) e a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) garantem que profissionais da educação pública devem aderir a paralisação.

Escolas municipais e estaduais, portanto, não funcionam na sexta-feira, deixando ao menos 500 mil fora das salas de aula em todo o Estado, como aconteceu na última greve geral, no dia 15 de março.

Demétrio Ferreira Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Campo Grande, garante que motoristas não saíram das garagens e alega que os empregados nas quatro empresas que operam o sistema na Capital estão preparados para serem acionados judicialmente. “Os ônibus não vão sair das garagens. Se recebermos ordem judicial, vamos avaliar”.

Greve dos policiais civis no dia 5 de maio do ano passado (Foto: Sinpol-MS/Divulgação)
Greve dos policiais civis no dia 5 de maio do ano passado (Foto: Sinpol-MS/Divulgação)

Outras categorias – O presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Miranda, afirma que a categoria decidiu em assembleia que manterá apenas 10% do efetivo trabalhando – ou seja, dos 3 mil servidores, apenas 300 farão o atendimento nas delegacias.

“As Depacs [Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário] estarão funcionando para receber os flagrantes e casos graves. Ocorrências cotidianas não serão registradas”. Casos de extravio, furto e alguns outros podem ser registrados pelo site da Polícia Civil, no link http://devir.pc.ms.gov.br/#/

Trabalhadores da saúde devem fazer protestos em frente aos hospitais públicos e postos de saúde.

O atendimento fica comprometido, portanto, mas urgências e emergências serão recebidas.
Quem deu as informações sobre os empregados na saúde pública foi Idelmar da Mota Lima, presidente da Força Sindical, porque nenhum representante do Sisem (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul) e do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) estavam a na coletiva.

Lima também é presidente Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande e disse que trabalhadores também não vão trabalhar. “O comercio vai baixar as portas”.

Última greve – Não há estimativa de quantos trabalhadores devem participar dos movimentos. Além do ato na Praça Ary Coelho, os sindicalistas organizam caravana para que os manifestantes lotem a Assembléia Legislativa, às 14h, quando começa a audiência pública para discutir a reforma da Previdência.

A Força Sindical estima que no dia 15 de março, uma quarta-feira, 20 mil tenham ido às ruas.

Naquele dia, trabalhadores da educação, segurança pública, construção civil, servidores públicos federais e do Judiciário, empregados dos Correios e da construção civil, eletricitários, bancários e outras categorias participaram do protesto contra a reforma a Previdência Social, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB).

As manifestações geraram reclamações de quem não conseguiu pegar o ônibus para ir ao trabalho ou transitar pelo Centro.

O presidente da Força Sindical nega que a greve seja boicote quem prefere não aderir à paralisação. “Não é boicote. É uma causa de todos os movimentos, pelo povo brasileiro, apartidária. Pelo futuro de toda a sociedade”.

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