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Capital

Sem saber de greve, povo apela em vão à Uber para chegar a seu destino

Rafael Ribeiro | 15/03/2017 08:27
Sem Uber e ônibus, alguns passageiros preferiram esperar nos pontos a volta dos ônibus na cidade (Fotos: Marcos Ermínio)
Sem Uber e ônibus, alguns passageiros preferiram esperar nos pontos a volta dos ônibus na cidade (Fotos: Marcos Ermínio)
Pessoas nos pontos acompanharam de perto pelo celular as tarifas exageradas da Uber em dia de greve
Pessoas nos pontos acompanharam de perto pelo celular as tarifas exageradas da Uber em dia de greve

A rotina foi mantida, acordou-se cedo e arrumou-se, mas ao se chegar no ponto de ônibus, a surpresa: greve dos coletivos. A solução prática e imediata, no entanto, deixou muita gente na mão: aplicativo que luta pela regularização municipal, a Uber 'deixou na mão' os usuários que queriam apenas chegar ao emprego no horário normal na manhã desta quarta-feira (15), em Campo Grande.

A temida ‘tarifa diferenciada’, que segundo o aplicativo serve para incentivar mais motoristas a virarem prestadores de serviços e aumenta o preço das viagens nos horários de pico, explodiu o preço nos bairros periféricos da capital com a ausência dos coletivos.

Mesmo assim, em uma situação de anormalidade, com os coletivos parados, os campo-grandenses 'sentiram no bolso o golpe' ao tentarem usarem a inovação para contornar o problema, cativados com o preço quase sempre muito menor que o de outros serviços oferecidos, como o táxi e moto-táxi.


“Está impossível embarcar em algum, olha isso aqui”, disse o ajudante-geral Anderson Nogueira Silva, 23 anos, assustado com o informe de que sua corrida da Avenida Manoel da Costa Lima, na Vila Piratininga, até a região da Vila Carlota seria cobrada com um valor 3.2 vezes maior. Ou seja, acostumado a pagar R$ 11, no máximo, ia desembolsar cerca de R$ 30.


“Normalmente não está tão alto assim. O valor diferenciado fica menor, entre 1.2x e 1.4x neste horário”, disse, desanimado, por volta das 6h33. Além disso, o custo da viagem seria inútil: a espera por um carro informada pelo apliucativo era de até sete minutos.

Preço mínimo de viagem em meio à greve era o mesmo de uma viagem em dia comum (Foto: Reprodução)
Preço mínimo de viagem em meio à greve era o mesmo de uma viagem em dia comum (Foto: Reprodução)

O Campo Grande News avaliou que os preços dobraram em grande parte da capital. No bairro Talismã, o aplicativo já cobrava 2.3 vezes o valor comum de uma corrida às 5h30. No Jardim Aero Rancho, a melhor das alternativas era voltar para casa à espera da volta dos ônibus: por volta das 6h50, o valor de uma viagem era até 3.9 maior.

A faxineira Rosimeire Martins, 48, andou a pé do bairro até a região da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, um trajeto de mais de 5km, indignada com a tarifa diferenciada. “Cheguei no meu limite andando até aqui. Agora vou esperar o ônibus. Já avisei a patroa. É um dia anormal. Não tem o que pobre fazer. Não vai ser desta vez que andarei de Uber”, disse.

A situação do aplicativo em Campo Grande revolta ainda mais se comparada a de outras capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro. Com a eminência da greve, o aplicativo buscou aumentar seu número de corridas com as pessoas afetadas pela greve, oferecendo descontos e dando a possibilidade do usuário agendar com antecedência sua viagem.


A situação da Uber na capital sul-mato-grossense, no entanto, só normalizou por volta das 7h51, quando o horário de entrada de serviço de muita gente já havia estourado. Mesmo assim, em alguns bairros distantes, como o Nova Lima, o usuário ainda tinha de pagar até 1.8 vez mais para embarcar no serviço.


O Campo Grande News não havia conseguido contato com a assessoria de imprensa da Uber até a conclusão desta reportagem, mas responsáveis pela comunicação do aplicativo prometeram se posicionar até o fim da tarde.

OBS: Matéria alterada às 11h54 para correção e acréscimo de informações.

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