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Capital

Trabalhadores são contra paralisação, pois só “atrapalha a vida das pessoas”

Eles acreditam que manifestação não atinge real objetivo e só causa transtorno à população

Richelieu de Carlo | 15/03/2017 10:28
Trabalhadores e estudantes aguardam ônibus em terminal. (Foto: Marcos Ermínio)
Trabalhadores e estudantes aguardam ônibus em terminal. (Foto: Marcos Ermínio)

Trabalhadores de Campo Grande tiveram uma surpresa ao ir para o trabalho na manhã desta quarta-feira (15), ao chegar nos pontos e terminais tiveram de esperar por horas a espera da condução. Muitos só ficaram sabendo da adesão dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande à greve nacional contra a reforma da Previdência Social, pelo presidente Michel Temer (PMDB), quando já era tarde demais para se prevenir.

Os motoristas decidiram realizar manifestação e cruzar os braços por duas horas e meia, na manhã desta quarta-feira (15). A decisão foi tomada repentinamente, na noite de terça-feira (14), pelo STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande).

Muitas pessoas só ficaram sabendo da paralisação quando chegaram aos pontos para esperar o ônibus, que só começaram a sair das garagens das empresas a partir das 7h30. Com a espera, o atraso para chegar ao trabalho era inevitável. 

A empregada doméstica Silvia Beatriz Benitez, 55 anos, não sabia da paralisação nem que ela acontecia nacionalmente. Já eram 7h30, e ela deveria estar no trabalho às 6h10. "Não fiquei sabendo da paralisação, já deveria estar no trabalho, mas agora tenho que esperar".

A também empregada doméstica Joelma Correia, diz que sabia que haveria paralisação dos professores no país por causa da reforma da Previdência, mas foi pega de surpresa com o manifesto dos motoristas. "Estava sabendo que professores iriam fazer greve por todo o país, mas não sabia que aqui iriam aderir, ainda mais os motoristas de ônibus".

Erik Vinícius Guimarães não gostou de não ter sido informado da paralisação.(Foto: Marcos Ermínio)
Erik Vinícius Guimarães não gostou de não ter sido informado da paralisação.(Foto: Marcos Ermínio)

A vendedora Elaina Vieira é contra a forma como os protestos são feitos, porque dessa forma só “atrapalha a vida das pessoas”, sem ter um efeito real. Erik Vinícius Guimarães, 25 anos, designer gráfico, foi mais um que só soube quando chegou ao terminal e acompanhar notícias no Campo Grande News. “Cheguei no terminal, abri o site e vi a notícia”, relata. Ele acha a paralisação uma forma “correta” de protesto, porém, discorda da forma como foi feita. “Neste caso, acho que foi feito de uma forma errada, porque não avisaram as pessoas”.

A paralisação não atrapalhou somente a vida da empregada doméstica Nilza Alê, mas também da "patroa" que esperava a chegada dela ao trabalho. (Foto: Marcos Ermínio)
A paralisação não atrapalhou somente a vida da empregada doméstica Nilza Alê, mas também da "patroa" que esperava a chegada dela ao trabalho. (Foto: Marcos Ermínio)

O atraso dos ônibus afetou a vida de empregado e empregador. Era 7h30, e a empregada doméstica Nilza Alê já deveria estar na casa onde trabalha e cuida de crianças para a “patroa” ir trabalhar, mas estava esperando o transporte público.

“Estava sabendo da greve no país, mas não sabia que aqui iriam aderir, nem pelos ônibus. Não avisaram a gente. Agora minha patroa também tem que me esperar, porque não pode deixar as crianças sozinhas”.

Greve geral - Trabalhadores da educação, segurança pública, construção civil, servidores públicos federais e do Judiciário, empregados dos Correios e da construção civil, eletricitários, bancários e outras categorias, prometem ir às ruas, hoje, para protestar contra a reforma a previdência social, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). Os professores da rede pública de ensino, também, começam a greve geral que deve deixar ao menos 500 mil alunos sem aulas.

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