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Cidades

Só metade dos motoristas estão se adequando a jornada, diz pesquisa

Viviane Oliveira | 11/09/2012 20:19
Para Leonir Rebelato falta estrutura nos postos de combustíveis para a lei funcionar. (Foto: Viviane Oliveira)
Para Leonir Rebelato falta estrutura nos postos de combustíveis para a lei funcionar. (Foto: Viviane Oliveira)

No dia em que começou fiscalização nas estradas sobre a lei que regulamenta a redução da jornada de trabalho de caminhoneiros, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) divulgou nesta terça-feira (11) pesquisa realizada com 3.052 motoristas. O resultado indica que 56% deles estão se adequando à nova legislação e 62% afirmaram que a lei vai reduzir os acidentes nas estradas.

O levantamento foi feito em dez municípios: Campo Grande, Nova Alvorada do Sul, Anastácio, Dourados, Jardim, Coxim, Bataguassu, Três Lagoas, Paranaíba e Jardim.

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a lei 12.619, de 30 abril de 2012, que regulamenta a profissão de motorista do transporte de carga e passageiros, diz que a cada 4 horas na estrada, o motorista deve descansar 30 minutos.

O repouso diário ficou estabelecido em 11 horas a cada 24 horas trabalhadas. Motoristas empregados devem ter descanso semanal de 30 horas. Segundo o inspetor José Ramão Mariano, o objetivo da fiscalização da Polícia é fazer com que o motorista respeite a jornada de trabalho para reduzir o número de acidentes causados por excesso de trabalho.

Segundo dados da PRF de 1º de janeiro até 10 de setembro foram registrados 328 acidentes com caminhões nas rodovias, destes 41 ficaram feridos, 18 graves e 12 morreram.

Quem desrespeitar a nova lei e for flagrado, além de levar uma multa grave no valor de R$ 127 vai perder cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Para o caminhoneiro Paulo Fernando Alves Luiz, de 33 anos, que está há 5 anos na profissão, o jeito é se enquadrar nas novas regras.

Proprietário do caminhão, ele disse que transporta 32 mil toneladas de adubo e roda todo Mato Grosso do Sul. “Estou me adaptando com as paradas exigidas por lei. Saio de Dourados às 6 horas, paro em Campo Grande, abasteço e aproveito para almoçar e descansar às 2 horas”, disse.

Porém para a maioria que trabalha em transportadoras a realidade é diferente. “A gente ganha por comissão, com as paradas obrigatórias o nosso salário vai reduzir quase a metade”, lamenta Luiz Paulo de Almeida Mendes, de 26 anos.

Trabalhando há mais de 1 ano como caminhoneiro, Luiz pretende entregar o bitrem e trabalhar somente dentro do Estado. “Não compensa correr risco e ganhar pouco para rodar o Brasil inteiro”, destaca.

Para o catarinense Leonir Rebelato, de 38 anos a lei favorece os caminhoneiros para uma viagem mais tranquila, porém falta estrutura nos postos de combustíveis para atender a demanda. “Tem posto que não tem lugar nem para tomar banho”, lamenta.

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