ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

Tribunal de Justiça articula criação de comitê para combater crimes fiscais

Cira-MS reunirá diferentes órgãos envolvidos com cobrança de tributos e enfrentamento a práticas como fraude e sonegação

Humberto Marques | 20/08/2018 16:31
Reunião no TJMS na quarta-feira tratará da criação de grupo focado no combate a crimes como fraude e sonegação fiscal. (Foto: Arquivo)
Reunião no TJMS na quarta-feira tratará da criação de grupo focado no combate a crimes como fraude e sonegação fiscal. (Foto: Arquivo)

Reunião marcada para as 14h de quarta-feira (22) no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) vai discutir a instalação, no Estado, do Cira-MS (Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado), que visa a trabalhar no combate a crimes fiscais e recuperar, para o tesouro local, recursos que deixaram de ser arrecadados por crimes de sonegação ou fraude. Representantes de diferentes instituições são aguardados para o encontro.

A reunião foi convocada pelo presidente do TJ, desembargador Divoncir Maran, após articulação feita pela procuradora Carla Cardoso Nunes da Cunha e da juíza Joseliza Alessandra Turine –a pedido do comando do tribunal. A avaliação, conforme a assessoria da Corte, é que as regras atuais tornam muito difícil a execução contra sonegadores ou fraudadores –já que, até o processo ser concluído, o patrimônio do executado já foi dilapidado.

A ideia é repetir em Mato Grosso do Sul experiências que deram resultado em outros Estados. Em Minas Gerais, por exemplo, o Cira recuperou em 2017 um total de R$ 284 milhões para o tesouro estadual, mais de R$ 130 milhões acima da meta estabelecida.

Funcionamento – O Cira visa a apresentar medidas técnicas, legais e administrativas para prevenir e punir os ilícitos fiscais, atuando ainda no combate a crimes como lavagem de dinheiro e a sonegação. Além disso, atuará na recuperação dos ativos que deixaram de ser arrecadados.

O comitê reunirá representantes de órgãos diretamente envolvidos nesta prática, como governo do Estado (via Procuradoria-Geral do Estado, Secretaria de Estado de Fazenda e Polícia Civil), Ministério Público Estadual e TJMS. Receita Federal, Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal), Coaf (Conselho de Controle de Atividades Econômicas do Ministério da Fazenda), CRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) e Ministério da Justiça, entre outras instituições públicas e privadas, podem participar do grupo.

Carla da Cunha explica que cada instituição tem seus limites para atuação, mas a ação conjunta dos órgãos pode resultar em maior sucesso no trabalho.

Ao identificar um fraudador, este será chamado pela Cira e será informado sobre as consequências de sua atuação, bem como a regularização das pendências com o Estado –sob pena de atuação efetiva do comitê.

A preocupação é com o fato de o fraudador impor concorrência desleal ao comércio e desestimular o bom pagador, o que leva a prejuízos além da simples sonegação. A Cira também poderá ajudar a desarticular grupos criminosos instituídos a partir do poderio econômico. “Quanto você retira o patrimônio do fraudador, você frustra a atividade criminosa, pois ele não consegue continuar manipulando o sistema”, explica a procuradora.

Nos siga no Google Notícias