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Cidades

Vistoria do CRM revela pior realidade da saúde em 5 anos

Redação | 26/05/2008 18:27

Com base em relatos de profissionais do SUS e vistorias feitas no dia 8 de maio, nos principais hospitais de Campo Grande, o CRM (Conselho Regional de Medicina) divulgou hoje avaliação do atendimento de urgência e emergência prestado à população na Santa Casa, no Hospital Universitário e no Hospital Regional. A conclusão é das mais negativas: a situação não melhora nos últimos cinco anos, garante o Conselho.

"Várias vistorias já foram realizadas por este Departamento de Fiscalização (CRM-MS) nos últimos cinco anos e observa-se uma piora deste contexto, ficando claro o descaso pela vida humana", informa o Conselho em nota repassada nesta segunda-feira.

Em corredores lotados, os representantes do CRM verificaram o que já não é novidade para pacientes e profissionais do SUS. Entre os principais problemas relatados estão a falta de materiais básicos e de vagas nos CTIs, por conta da demanda que gera a superlotação.

O coordenador do Departamento de Fiscalização do CRM, Antônio Carlos Bilo, avalia que "os médicos trabalham em péssimas condições."

O que foi visto e ouvido nos três principais hospitais de Campo Grande foi repassado em forma de relatório à direção dos locais visitados e ao MPE (Ministério Público Estadual).

No Hospital Universitário, a pior realidade dentre os locais vistoriados, com ausência de máscaras, gaze, luvas, eletrodos e até agulhas, informa o Conselho.

Alguns dos depoimentos, colhidos durante o trabalho, exemplificam a gravidade da situação. "O espaço é insuficiente e faltam macas. Muitas vezes há 27, 30 pessoas nos corredores", disse à equipe do CRM a enfermeira responsável pelo Pronto Atendimento do HU, Keli Sandra.

"Se acontecer um acidente aqui na esquina com dois feridos, politraumatizados, haverá dificuldade para que eles sejam atendidos, pois os leitos estão ocupados", analisou o fiscal do CRM, médico Carlos Pistóia.

Misericórdia - Na Santa Casa, uma das primeiras constatações foi ausência de equipamentos essenciais no Pronto Socorro. Todos os seis leitos estavam lotados, mas faltavam quatro monitores cardíacos e quatro equipamentos que aferem a quantidade de oxigênio no sangue.

Dos internados, apenas três eram de Campo Grande, o que demonstrou o antigo problema da superlotação na capital por falta de estrutura no interior. "Para completar, a maioria dos equipamentos é obsoleta", comentou o fiscal do Conselho, Luis Alberto Verardo.

No Hospital Regional a superlotação foi o questão mais evidente. Na emergência, com estrutura para seis leitos, eram 10 pacientes internados. Até a falta de macas foi verificada no local, além de equipamentos também insuficientes.

Interior - Hoje o CRM esteve em Dourado. O presidente Sérgio Renato de Almeida Couto vistoriou o Hospital de Urgência e Trauma de Dourados, que nos últimos dias foi alvo de denúncias de pacientes que no final de semana tiveram de esperar por até 8 horas para atendimento de emergência.

No local, o CRM constatou a piora das condições de atendimento em relação à última vistoria, realizada no final de fevereiro, com superlotação e a ausência de médicos assistentes, plantonistas e pediatras. "Tem paciente que acaba rodando a cidade toda para ter o atendimento completo, que deveria ser oferecido no hospital", diz Couto por meio de nota repassada pela assessoria do Conselho.

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