1.918, Jupiá inaugurava o sonho de unir o Atlântico ao Pacífico
A história de Jupiá começa no desaparecimento dos Caiapós no Mato Grosso do Sul. Era um dos maiores povos indígenas do Centro Oeste. Partindo de Goiás, oeste de São Paulo e Minas Gerais, provavelmente, chegaram a transitar pela região da atual Campo Grande. Há descrição de viajantes paulistas de algumas aldeias de Caiapós na região de Três Lagoas. O nome “Jupiá” vem de “redemoinho no rio”. Pescadores foram os primeiros brancos a viver nesse local, hoje bairro de T.Lagoas.
A ferrovia cria o sonho de ligar o Atlântico ao Pacífico.
O vertiginoso crescimento da economia cafeeira paulista durante o período de 1.889 e os anos de 1.930, auxiliado pelo desenvolvimento da pecuária sul-mato-grossense, tanto no Pantanal como na região que era conhecida como Vacaria, necessitava expandir seus produtos através de uma malha ferroviária. Utilizando-se de empréstimos do exterior, tendo como garantia os lucros do café, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil surge como uma lucrativa possibilidade de ligar o porto de Santos, no Atlântico, ao Pacífico no Chile.
O trem tinha pressa.
No caminho, no entanto, encontravam-se grandes obstáculos naturais. A maior barreira, então, era o rio Paraná. Mas a construção de uma ponte que unisse os dois Estados foi, como a maioria das obras federais, eivada de erros e percalços. A construção da ferrovia, no entanto, não esperou a ponte. Construíram a ferrovia até as barrancas dos dois lados do rio.
O inacreditável trem em cima de barco.
A travessia do rio Paraná, passou a ser realizada no ponto chamado Jupiá. Era inacreditável. Duas locomotivas, uma de cada lado do rio, carregavam e descarregavam vagões em duas balsas. Essas balsas eram compostas de duas grandes lanchas de ferro unidas uma à outra. As lanchas chatas eram conduzidas por dois rebocadores, o “Conde Frontim”e o “Marechal Hermes”. Os passageiros desembarcavam na antiga estação de Jupiá, do lado paulista do rio Paraná. De lá, prosseguiam em outro barco para a estação também chamada Jupiá do lado sul-matogrossense, onde novamente embarcavam no trem. O demorado, caro e complexo sistema funcionou até 1.926, quando, finalmente, conseguiram concluir a ponte de ferro que foi denominada “Francisco Sá”.
A lambança do governo.
Há de se esclarecer que, em verdade, foram construídas duas pontes metálicas. A primeira, por incrível que pareça, não suportava o peso de trens. Imaginem, uma ponte ferroviária que dobrava sob o peso de um trem. E tem gente que acredita que este país é uma balburdia - o reino da incompetência - somente em nossos dias.
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