39, 49, 59 anos. As idades da infidelidade conjugal
Quando homens e mulheres são mais infiéis. Em que idade ou etapa da vida o ser humano é mais propenso a buscar sexo fora de casa? Agora já sabemos. Duas pesquisas revelaram as idades em que homens e mulheres são mais propensos em enganar quem com eles convivem. E têm algo em comum: quase sempre termina em nove.
A primeira, realizada por Ashley Madison, revelou que a infidelidade ocorre quando se aproxima o final de uma década. Quer dizer, aos 39, 49 e 59 anos de idade. Vale para homens e mulheres. Mas essa média mundial têm algumas variáveis altamente diferenciadoras. As brasileiras traem muito mais cedo que as demais mulheres. A média das mulheres do Brasil é trair aos 33 anos. No polo oposto estão as húngaras - traem aos 44 anos.
A crise dos 39 anos
O fato de que a infidelidade ocorra no final de cada década não é uma futilidade. Alguns estudos científicos explicam que "a aproximação de uma nova década de vida representa uma fronteira destacada ente as etapas vitais e funciona como um marcador do progresso ao longo da vida". Os aniversários que terminam em nove são momentos de autoavaliação em que aparecem ou crescem preocupações com o envelhecimento ou a busca por um sentido da vida.
Os dados da pesquisa também revelam algo que é bem conhecido. A infidelidade tende a ocorrer quando se aproximam sete anos de relacionamento. A média para brasileiras e brasileiros é aos 6,8 anos de convivência marital. Essa é uma cifra que se situa na média mundial.
Há um momento em que acaba o amor? O "seven-year itch".
Esse número não surpreende a muitas pessoas e menos ainda aos pesquisadores. Há muitos anos manejam o conceito chamado "seven-year itch" (algo como a "coceira dos sete anos") para explicar o momento em que diminui a felicidade de um casal. Já em 1955, Billy Wilder filmou o memorável "Seven-year itch", titulado no Brasil como "O pecado mora ao lado". Nesse filme, Tom Ewell encarna um executivo de meia idade que encontra Marilyn Monroe, a nova vizinha por quem perderá a cabeça (ele e os demais homens do mundo, inclusive o presidente dos Estados Unidos).
A Universidade de Rutchers, em N.Jersey, nos EUA, procura por uma explicação antropológica. "Tanto os mamíferos monógamos (só 3% das espécies), como as aves (algo como 90% das espécies aladas), permanecem juntos só o tempo suficiente para criar seus descendentes. Quando os pintarroxos voam para longe do ninho ou os zorros amadurecem, abandonam a toca pela última vez e seus pais também se separam".
Os estudiosos dessa universidade afirmam que nós humanos "conservamos rastros desse padrão reprodutivo natural. Em sociedades de caçadores-coletores mais contemporâneas, as mulheres tendem a parir seus filhos a cada quatro anos. Depois que a criança é desligada do peito da mãe, também aos quatro anos de idade, é unido a um coletivo de crianças ou é cuidado pelos irmãos maiores ou outros parentes. Esta estrutura de cuidados permite que os casais infelizes se separem e encontrem outro companheiro adequado para ter mais filhos".
A primeira bofetada de realidade. A queda da felicidade.
Os pesquisadores da Universidade Estatal de Wright, em Ohio, nos EUA, descobriram que aos quatro anos de relacionamento ocorre a "primeira bofetada de realiade", a primeira grande queda de felicidade na relação conjugal. Em geral, os casais a superam, mas aos sete anos de relacionamento, a maioria dos casais se separa. Isso ocorre tanto com os homens como com as mulheres, mas de forma mais acurada se o casal têm filhos. O exemplo que usam é devastador. É aos quatro anos de relacionamento que os homens começam a jogar suas meias em qualquer canto e as mulheres deixam as calcinhas por todos os lados da casa. Atitudes que deixam de ser encantadoras para irritar. Esses cientistas que estudam os relacionamentos, todavia, não encontram explicações para o "seven-year itch".
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