A velhice e o direito de sonhar
O fenômeno da velhice não é apenas uma fator físico, também é cultural. Faz com que a velhice pareça pejorativa ou negativa. A velhice não tem uma data que marque seu início. Um dos piores termos é “terceira idade”, faz parecer que estão nos chamando de “Arroz de terceira”, soa pejorativo. Mas há cientistas que consideram o início do envelhecimento logo após o nascimento. Outros adotam o marco da senectude por volta dos 65 anos. Na Índia, a velhice ocorre quando o filho se casa. Na Nigéria, uma mulher se torna velha ao ser avó.
Cadê o dinheiro do velho?
É verdade que em países como França, Suécia, Alemanha e Itália, a aposentadoria causa uma disfunção social. Está acompanhada pelo baixo fluxo de natalidade. Ande por suas ruas, dificilmente encontrará uma criança, mas estão cheias de idosos. Não é o caso do Brasil. Obras como Transamazônica, Ponte Rio-Niterói, Usina de Itaipú, Usina de Furnas e até a construção de Brasília, foram construídas com recursos federais retirados dos fundos públicos… e nunca mais foram devolvidos. Esse é um dos fortes motivos pela crise previdenciária dos últimos decênios. E ainda ousam dizer que a culpa do déficit previdenciário é dos velhos. Não temos direito a sonhar com uma velhice tranquila.
Apesar das dificuldades físicas.
Mesmo com alguma dificuldade física, os desejos, sonhos e vontades continuam aflorando. Os idosos almejam viver bem, tratados com respeito, consideração e apreço. A verdade é que o humano moderno procura esquecer o fato do envelhecimento. Imaginam que serão exceção. Enganam a si mesmos e se alienam quanto ao possível futuro. O idoso, mais que tudo, tem o direito de sonhar.
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