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Em Pauta

A vida de uma simples mulher na Alemanha nazista

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/10/2017 06:38
A vida de uma simples mulher na Alemanha nazista

A liberação dos costumes sexuais assim como a diminuição da natalidade e do numero de casamentos no governo anterior ao nazista, passou a ser considerado como um claro sintoma de decadência. De acordo com a visão de mundo nazista, a mulher deveria estar apegada aos três "k": kinder, kirche, küche (criança, igreja e cozinha). O próprio Hitler afirmou que direitos da mulher no Terceiro Reich consistiria em que todas deveriam encontrar marido. O ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, por sua vez, indicava que "toda mulher deve ser bonita e trazer filhos ao mundo".
Se as mulheres deviam dedicar-se aos três "k", dar uma educação universitária para elas era um desperdício de recursos. Uma das primeiras medidas que os nazistas adotaram no poder foi restringir o acesso das mulheres à universidade. Estabeleceram um máximo de 10% sobre o total dos alunos. As mulheres também foram proibidas de exercer atividades como juízas ou fiscais. O argumento oficial era: "não podem pensar logicamente nem raciocinar objetivamente, uma vez que se regem por emoções".

A vida de uma simples mulher na Alemanha nazista
A vida de uma simples mulher na Alemanha nazista

Separação por sexo e gravidez sem pai.

A estrita separação por sexos que estabeleceu o regime nazista e a expulsão das mulheres de quase qualquer âmbito público, não facilitava a tarefa de encontrar um namorado. Em algumas regiões foram além, proibiram que as menores de 18 anos fossem aos salões de baile ou ao cinema sem uma companhia de um adulto. A pena era o reformatório. Logo a seguir, proibiram as moças de ir às ruas após escurecer. Mas a vida abre caminhos impensáveis. Apesar do endurecimento das leis, só em um comício nazista, que estava liberada a presença feminina de qualquer idade - Nuremberg, 1936 - nada menos de 900 moças com menos de 18 anos voltaram para casa grávidas. Em mais de 400 casos não se pode identificar quem era o pai. Os bailes clandestinos eram frequentes. Em algumas cidades criaram o "movimento swing", bailes em que as moças com menos de 18 anos dançavam jazz, com saias muito curtas e o rosto coberto de forte maquiagem.
As jovens entre 17 anos e 21 anos deviam frequentar uma seção do partido denominada "Fé e Beleza". Aprendiam noções de economia doméstica e a moda a ser seguida, que consistia em blusa branca, saia até os joelhos e sapatos grossos. É vestimenta denominada "Dirnl", o típico traje tradicional alemão que vemos nas fotos das Oktoberfest. A mulher alemã deveria ser austera e renunciar a qualquer reclamação de ordem sexual. Elas também não deveriam usar qualquer enfeite nos cabelos que não fossem as tradicionais tranças e flores. Passou a ser popular as marcas de shampoo e tinturas que tornassem os cabelos loiros. As mulheres que andassem pelas ruas maquiadas eram xingadas de "putas e traidoras" pelos membros das SA, a polícia partidária. Não permitiam o uso de um simples baton ou de sobrancelhas depiladas.

A vida de uma simples mulher na Alemanha nazista

O plano de permitir um homem casar com duas mulheres.

Uma vez concluída a guerra, o plano era permitir aos homens que haviam demonstrado valentia nas frentes de batalha, que pudessem casar-se com duas mulheres. Um plano que não foi colocado em prática pelo curso que a história deu aos nazistas. Mas levaram a cabo as "Lebensborn" (Fontes da Vida). Lugares para mulheres solteiras que eram fecundadas por homens desconhecidos que fossem das SS e os "mais racialmente idôneos". Uma fábrica de arianos. como só foram criadas nos últimos anos da guerra, essa "fábrica de bebês", engravidou 8.000 mulheres que se candidataram para o "sacrifício". O protocolo da "fábrica de arianos" exigia que a moça se internasse até o décimo dia depois do começo da menstruação. Uma vez engravidada, ela poderia escolher entre retornar para sua casa ou internar-se diretamente em uma maternidade.No aprto jamais poderia ser aplicada injeções ou qualquer forma de redução da dor. Quando a criança nascia, a mãe deveria gritar: "Heil Hitler".

A vida de uma simples mulher na Alemanha nazista
A vida de uma simples mulher na Alemanha nazista

O casamento pagão dos nazistas.

Só podia casar quem passasse pelas provas de um "Tribunal de Saúde Hereditária". Sua finalidade era impedir a procriação de "indivíduos inferiores, deficientes mentais, loucos e delinquentes". Quem não superasse essas provas tinha de enfrentar a esterilização forçada.
Uma vez conseguido o visto, as bodas deviam realizar-se mediante um ritual pagão. O casamento era realizado embaixo de uma grande foto de Hitler - e se o esposo fosse da SS recebia de presente uma edição especial do Mein Kampf - e no altar depositavam uma caixa metálica com runas (antigos sinais germânicos que representavam um alfabeto rudimentar antigo) gravadas nas laterais e dentro, deveria arder o fogo sagrado.
Hitler atribuía à maternidade um valor patriótico-militar. Dessa maneira conseguiria mais soldados para a guerra. De fato, durante a guerra se popularizou a expressão "doar um filho para o Fürher" cada vez que uma mulher ficava gravida. O ato sexual passou a ser chamado de "fazer recrutas". As mulheres com mais de 4 filhos recebiam uma medalha de bronze em todo o 12 de agosto, de prata as que tinham mais de 6 filhos e de ouro para as que superassem 8 filhos. O décimo filho passava a ser afilhado de Hitler e tinha de receber o nome do padrinho.

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