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Em Pauta

Buda foi o primeiro feminista?

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/05/2018 09:06
Buda foi o primeiro feminista?

Há quinze anos um debate está aceso no meio budista. Buda foi o primeiro feminista? Poucas dúvidas existe dele ter sido o primeiro líder religioso a outorgar a mesma posição a homens e mulheres. Buda afirmou claramente que as mulheres podem alcançar a iluminação tal qual os homens. Nenhuma outra religião antiga disse algo assim. Se Buda foi o primeiro feminista, os monges budistas atuais não praticam essa igualdade. Pelo contrário, na Tailândia, podem cobrar multas superiores a R$2.000 ou até mesmo colocar na cadeia aquela que se aventurar a raspar a cabeça e colocar uma túnica cor de açafrão, típica dos monges.
Eles creem no carma, no renascimento e no nirvana. De acordo com essa crença, tão milenar quanto o cristianismo, a hierarquia social se estabelece sob a ideia de que as boas obras em vida conduzirão a um melhor renascimento. Seguindo essa ideia, as pessoas que sofrem uma desgraça ou têm pouco dinheiro , pecaram no passado. Foi onde o espiritismo francês foi basear sua ideias. Mas ao contrário de quase todas religiões atuais, o budismo coloca os monges no topo da pirâmide social. O cristianismo abandonou essa posição há mais de 500 anos.
Os maiores estudiosos apresentam a posição de que, de fato, o budismo não impede a mulher de ser ordenada. Mas exige que ela seja ordenada duas vezes na presença de um monge e de uma monja. Como desde há 350-400 anos não existem monjas, tecnicamente ela não pode ser ordenada. Uma saída pra lá de esperta. Na Tailândia há uma moça de nome Chatsuman Kabilsingh que dedicou 27 anos de sua vida estudando o budismo. Não permitem sua ordenação.

Buda foi o primeiro feminista?

O estranho cotidiano turístico dos amish e uma cidade de chocolate.

A tão somente um par de horas da capital dos Estados Unidos, mas parecendo localizar tão distante como Sidney, na Austrália, fica um desses rincões no mapa dos que parecem estar no fim do mundo. Ou melhor, em outro mundo. Seus habitantes entraram em uma máquina do tempo e foram parar nos anos 1.600.
Alheia aos males e bens do capitalismo, vive a maior comunidade amish do mundo, umas sessenta mil pessoas que se esquivam do consumismo selvagem, criando seu próprio espaço-tempo. O condado de Lancaster soube tirar proveito do estranho cotidiano de seu povo, para faturar com o turismo. Todos turistas terminam a visita em um suas lojas de quinquilharias.
Rodas de automóveis e cascos de cavalos, convivência de séculos em uma mesma rua, casas iluminadas com lamparinas, dão uma sensação tão estranha como a de jantar na residência de uma família amish. A família Fisher tem cinco filhos e usa um castiçal com vela para chegar ao banheiro.
Aarón, o pai, só aparece quando uma de suas filhas toca uma sineta que o avisa que o jantar está pronto. Se apresenta, saúda, e se senta. Silêncio na oração, cabeças baixas e a comida simples feita por Mary, a mãe da família. A cozinha é a gás, assim como a geladeira e a conversa é amarrada. Começa e termina com "yes" ou "no". Só riem com a sonoridade da palavra "melão".
Não há rádio, não há televisão, não há móveis, não há celulares e nem internet. Jornais só quando emprestado uma vez por mês. Nada sabem dos tuítes de Trump, nem os que declaram alguma guerra. Riem quando ouvem que seu presidente "ladra, mas não morde".
Seus cantos religiosos não são acompanhados por instrumentos. Desconhecem a maioria dos instrumentos musicais. Mas quase todos tentam alguma arte. Artesanato pobre, quase todo feito com madeira, se for homem; ou pano, se feminino.
Os amish são doces. Fazem ótimas sobremesas, especialmente uma deliciosa torta de maçã. Essa é uma região de doces.

Buda foi o primeiro feminista?

Uma cidade para os chocolates Hershey.

Se doce fosse o único sinônimo de felicidade, os moradores de Dauphin (em homenagem a um Delfim da França) devem ser os mais felizes do mundo. Ali se encontra Hershey, a cidade do chocolate, a população que têm as avenidas denominadas Chocolate e a do Cacau, se cruzam iluminadas por lâmpadas com forma de beijos de chocolate. Toda uma cidade criada ao redor da fábrica, fundado em princípios do século XX por Milton Hershey. Em torno dele construíram um fabuloso relato de superação, generosidade e filantropia. Com sua mulher, fundou um orfanato, para o qual deixou em herança, todas suas propriedades - assim como as casas que construiu para os trabalhadores de sua fábrica. Também deixou uma escola e outras infraestruturas.
Hershey democratizou o chocolate para os norte-americanos. Até o surgimento de sua fábrica, o chocolate era exclusivo para os ricos.
Em grande medida, Hershey também foi o prefeito não eleito de sua cidade e sua vida é relatado como o símbolo da generosidade de um milionário. Muito estranha em nossos tempos. O chocolate é doce. Tão doce quanto a biografia que contam de Milton Hershey. Pesquisando, é possível descobrir as erupções ditatoriais desse benfeitor quando de uma greve em sua fábrica. O chocolate também pode ser amargo.

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