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Em Pauta

Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/07/2014 07:43
Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal

Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal

A escassez de mão de obra especializada representa hoje um importante desafio aos planos de crescimento da indústria florestal. Com o avanço do processo de mecanização, que se iniciou na colheita de pinus e eucalipto, para as diferentes etapas da silvicultura, a migração da população para os centros urbanos e a maior escala dos projetos, está cada vez mais difícil encontrar operadores para as sofisticadas máquinas e equipamentos que dividem espaço com as motosserras nas nossas florestas.

Em Mato Grosso do Sul, onde estão instaladas as produtoras de celulose Fibria e Eldorado, a demanda por mão-de-obra capacitada levou as duas companhias a firmar parcerias com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Em outros estados, a falta de mão-de-obra bate a barreira de 2 mil funcionários em cada um deles.

Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal
Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal

Um boom de inadimplência no Minha Casa, Minha Vida

De acordo como último balanço, foram contratadas 3,4 milhões de unidades habitacionais no programa Minha Casa, Minha Vida. Desse total, 1,5 milhões de moradias foram destinadas para famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil – a denominada faixa 1. E é nessa faixa que ocorre um boom de inadimplência. Uma média de 16,7% das famílias está dando calote no programa.

Apesar da elevada inadimplência, o governo não está executando os beneficiários. O Acre lidera o ranking dos Estados com maior índice de inadimplência. De cada 100 contratos assinados, 37 estão com os pagamentos atrasados por mais de 90 dias. Em seguida vem o Rio de Janeiro com índice de 29,7 inadimplentes. O Mato Grosso do Sul está acima da média – 17,2 de percentual de inadimplência. Isto é, 17 famílias em cada 100 não estão pagando a mensalidade do programa.

Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal
Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal

A lista suja dos empregadores do Mato Grosso do Sul

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) divulgou a lista dos empresários flagrados explorando mão de obra análoga à escravidão. A quase totalidade é de pecuaristas. No país, essa atividade conta com 40% dos denunciados.

1. Admir Ferreira Lino – Fazenda Engenho de Ferro – Camapuã - denunciado em 2008.

2. Ângela de Castro Cunha Fachini – Fazenda Bocajá – Porto Murtinho – denunciada em 2014.

3. Anibal Zacarias – Fazenda Campinas – Corumbá – denunciado em 2013.

4. Carlos Fernando Mouro – Construflora – Chapadão do Sul – denunciado em 2010.

5. Cleber Geremias – Fazenda Dois Meninos – Itaquiraí – denunciado em 2013.

6. Dirceu do Carmo Baptistella – Fazenda Coroados – denunciado em 2013.

7. Eliza Maria Dantas Bortolusso Rodrigues – Fazenda Canaã – Bela Vista – denunciada em 2013.

8. Eric Sobrinho Ávila – Fazenda Boa Vista – Porto Murtinho – denunciado em 2007.

9. F.L.da Silva – Fazenda Santo Antônio – Bonito – denunciado em 2010.

10. Fabiano Costa – Canteiro de obras – Dourados – denunciado em 2013.

11. Flora Viveiro e Reflorestamento – Fazenda Retiro da Serra – Maracajú – denunciada em 2013.

12. Garcias dos Santos – Fazenda São Domingos – Rio Verde – denunciado em 2012.

13. Guy de Ferran Correa da Costa – Fazenda Guanandy – Ponta Porã – denunciado em 2013.

14. Ivaldir Antônio Torres – Fazenda Alto Alegre – Cassilandia – denunciado em 2006.

15. José Carlos Pereira da Silva – Fazenda Alcorra – Campo Grande – denunciado em 2010.

16. José Carlos Izidoro de Souza – Fazenda Bauzinho – Cassilândia – denunciado em 2013.

17. Lúdio Garcia de Freitas – Fazenda Pedra Branca – Chapadão do Sul – denunciado em 2006.

18. Luis Felinto da Silva – Carvão São José – Selvíria – denunciado em 2008.

19. Maria de Lourdes Ribeiro Fragelli – Fazenda Pontal – Aquidauna – denunciada em 2014.

20. Mayto Baptista de Rezende – Fazenda Mimosa – Bandeirantes – denunciado em 2008.

21. Odier Alves de Freitas – Fazenda Caiçara III – Selvíria – denunciado em 2008.

22. Paulo Afonso de Lima Lange – Fazenda São Lourenço – Dourados – denunciado em 2014.

23. Renato Junqueira Meirelles – Fazenda Quebracho – Porto Murtinho – denunciado em 2014.

24. Rita de Cássia de Oliveira Andrade – Fazenda Mimosal – Bandeirante – denunciada em 2013.

25. Ronaldo Jesus Pereira – Fazenda Piracanjuba – Água Clara – denunciado em 2008.

26. Walter Lúcio Klebis – Fazenda Estrela – Alcinópolis – denunciado em 2008.

Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal
Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal

No Centro-Oeste, o comércio cresceu muito acima da média entre janeiro e março

O bom desempenho do agronegócio tem impulsionado a geração de empregos, os ganhos de renda e, por conseguinte compras de bens de maior valor em nossa região.

Segundo a pesquisa mensal do comércio – PMC – do IBGE, o volume de vendas do denominado “varejo restrito” – que não incorpora automóveis e materiais de construção – subiu 2,2% nos primeiros três meses do ano no Centro-Oeste, bem acima da média nacional de 0,3%.

Outro dado do IBGE, o chamado “comércio ampliado” – que inclui os dois setores, a diferença é ainda maior: as vendas cresceram 3,5% em nossa região e encolheram 0,2% no país.

O Ministério do Trabalho também mostra um quadro mais positivo no Centro-Oeste. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) informou que subiu a criação de empregos formais: no Centro-Oeste em 2,2% e no país foi de apenas 1,1%. Ainda segundo o Caged, o salário médio aumentou 3,2% em nossa região enquanto no país o aumento foi de 1,8%

Outra informação importante é a de que o Centro-Oeste é a região que tem a maior fatia de famílias com financiamento de carros – 21,7% e também é a região onde há menos consumidores com dívidas em atraso – 19,7%, enquanto no país esse número é de 20,4%.

Escassez de mão de obra qualificada trava indústria florestal
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Triste Cuba

Se não fossem por equívocos estratégicos da política dos Estados Unidos, Cuba teria a mesma importância que a Jamaica no cenário político internacional. Um povo que é visto como hospitaleiro, tendo esportistas destacados em alguns esportes, alguns artistas famosos entre músicos e escritores, uma economia baseada em algum produto natural e espaço de diversão para turistas estrangeiros. A revolução cubana teria a mesma importância que a libertação dos escravos haitianos. Contudo, além da Baía dos Porcos, a crise dos mísseis colocou “A Ilha” em posição de grande destaque mundial, a importância de Cuba era apenas sua posição geográfica e a possibilidade da Terceira Guerra Mundial começar por ali, após a resposta da União Soviética aos mísseis colocados na Turquia pelos Estados Unidos.

Uma vez por ano, Havana tem uma feira de livros, contudo, apenas as obras autorizadas pelo governo são vendidas. As poucas livrarias de Havana possuem apenas temas “permitidos”, histórias oficiais de Cuba e poemas de José Martí. Além disso, cada livraria reserva uma estante devotada para a visão de Fidel sobre o mundo, com temas que tratam do capitalismo, Obama e sua vida. Na década de 1960, Cuba parou de importar livros do mundo capitalista e isto acabou por produzir leitores bastante limitados. Mesmo assim, autores como Pedro Juan Gutiérrez e Leonardo Padura Fontes ainda procuram se identificar como escritores cubanos, enquanto que outros como Eliseo Alberto, fugiram da ilha ou foram presos, como Raúl Rivero, que acabou também por fugir.

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Agora empresários, mas ainda poucos clientes

Após as reformas realizadas por Raúl Castro, os cubanos agora podem ser donos de pequenos negócios, como sapatarias, salões de beleza e cafés, além de comprar e vender propriedades. Contudo, as alternativas de negócios são poucas, assim como o número de clientes. Filas grandes se formam para pegar um sorvete na Coppelia, uma sorveteria estatal. Ao contrário de todo manual de escola marxista, Cuba é um exemplo da escassez, um lugar em que as pessoas passam muito tempo negociando para dar conta das necessidades mais básicas, como eles mesmos dizem “resolvendo”. Quase todo mundo, incluindo membros do Partido, está envolvido em algum negócio paralelo. Desde vender cigarros assim como remédios roubados das fábricas do governo, assim como a venda de comida produzida ilegalmente no mercado negro. As reformas pequenas de Raúl, apenas deixaram mais abertas práticas que já eram adotadas anteriormente.

Ao redor de Havana, os letreiros velhos com frases de efeitos estão descascados ou quebrados. O outdoor que anunciava “Socialismo ou morte” caiu, literalmente. As novas frases do governo agora indicam que as mudanças são para “Mais Socialismo” outra, ainda propunha “O Partido é Imortal”. Um país que ainda tem coragem a de afirmar a imortalidade do Partido talvez não seja o lugar mais adequado para fazer parcerias com a feroz e pouco idealista indústria farmacêutica do mundo capitalista. Se a aposta nos médicos cubanos levantou contradições políticas, mas, teve recepção favorável das classes sociais mais baixas, levar indústrias e, portanto, empregos para a Ilha seria um movimento mais arriscado e de difícil justificação para quem não tem a bandeira do “Che” pendurada no quarto.

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