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Em Pauta

MoSex, sexo também é arte

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/09/2017 06:24
MoSex, sexo também é arte

Há, sim, coisa melhor para fazer em N.York do que compras: sexo. Há dois anos, o Museum of Sex, ou apenas MoSex (www.museumofsex.org), abriu suas pernas - ops, suas portas. A ideia de seu criador é mostrar aquilo que todos sempre quiseram saber, mas morrem de vergonha de perguntar. "A ideia é fazer um Metropolitan Museum do sexo, ou seja, tratar do assunto com profundidade e classe", diz o norte-americano Daniel Gluck, 34 anos, investidor e criador do museu. O MoSex está instalado em um vistoso prédio de sete andares na Quinta Avenida. Há de tudo sobre o sexo. Fala de política do sexo, mídia do sexo, sexo nas artes, religião e sexo, censuras e escândalos. Montar um museu do sexo nos EUA exige contorcionismos dignos do Kama Sutra. Gluck driblou os narizes retorcidos, mas diz não aceitar investimentos da indústria pornográfica. E aí está uma das chaves do atual debate que está se tornando avassalador no Brasil dos bons costumes que agora emerge: qual é a fronteira entre sexo e pornografia? Uma resposta difícil...que já levou muitos artistas para a cadeia em tempos remotos. É provável que o último tenha sido Egon Scheile, um pintor austríaco que foi preso há mais de 100 anos passados devido à obra "Jeune fille vue em rêve", que mostra uma mulher de pernas abertas. É claro que não podemos esquecer das brigadas de marrom do início do hitlerismo que queimavam livros e destruíam obras de arte. E depois roubaram todos as telas, tidas como contrárias aos bons costumes, dos museus da Europa ocupada. Santos homens de moral ilibada!
Se for apenas sexo que desejam proibir em nossos museus, comecem por proibir Leonardo da Vinci e Michelangelo. Sigam com Klimt, Picasso e Rodin. Rasguem todos os Salvador Dali. Quebrem a marretadas a metade das esculturas que Atenas nos legou. Queimem "O Jardim das Delícias" de Jérôme Bosch. Se for japonês, passou da hora de rasgar "O sonho da mulher do pescador", de Hokusai, o melhor artista plástico do período Edo. É claro que um Okusada não ficará de fora da fogueira do puritanismo, é o mais popular artista do século XIX. Sexo é vida. Pornografia pode ser vulgaridade. Mas, vale a repetição: qual é mesmo a fronteira entre os dois?

MoSex, sexo também é arte

E o feio-inteligente venceu... A fábula do feioso.

Escravo proveniente da Frígia, na atual Turquia, Esopo nos é dado pelos gregos como um homem baixo, corcunda, barrigudo, vesgo, manco e de nariz achatado. Além disso, no começo de sua história ele parece um grande idiota, porque é mudo. Mudo para os povos antigos era mal visto. Somente por intercessão da deusa Ísis, que lhe concede uma graça para recompensar seu valor interno, será capaz de aprender a falar. Desde o início da fala, o horroroso Esopo, o maior criador de fábulas de todos os tempos, se transforma em um cativante fulgor de inteligência.
O diálogo que ele trava com o filósofo Xanto, quando esse o compra como escravo, resume a tônica dos numerosos episódios seguintes, onde Esopo sempre leva a melhor ao discutir com os poderosos e os sábios. O mercador que o vendia mostrou-o a Xanto entre dois outros escravos, ambos fortes, saudáveis e bonitos, que garantiram ao filósofo que sabiam fazer tudo. Esopo, assim que ouviu as respostas, por duas vezes desatou a rir. Xanto então passa a interrogá-lo: "De ode você vem?" Esopo: "Venho da carne". Xanto: "Mas onde nasceu?". Esopo: "No ventre de minha mãe". Xanto: "Eu perguntei em que lugar". Esopo: "Isso minha mãe não me disse, se nasci no quarto ou na sala". Xanto: "E o que você sabe fazer?". Esopo: "Absolutamente nada". Xanto: "Por que nada?". Esopo: "Por que os escravos ao meu lado disseram que sabem fazer tudo".
Depois dessa, Xanto não só o compra, preterindo os bonitões, como faz do feioso seu mais precioso arrimo nas controvérsias que terá de enfrentar. Uma vez liberto, Esopo irá de corte em corte, disputado por monarcas como conselheiro sagaz. Essa é fábula, ou história, do maior contador de fábulas...

MoSex, sexo também é arte

Você está em dúvida se é gay? O "radar gay" diz que pode ter a resposta.

Um estudo sobre a homossexualidade acaba de ser publicado na "The Economist". A Universidade de Stanford (EUA), desenvolveu um algoritmo, um programa de inteligência artificial, que diz poder determinar a homossexualidade ou heterossexualidade. Os criadores desse algoritmo garantem que conseguem determinar a homossexualidade masculina em 91% dos casos, e se uma mulher é lésbica em 83%. Seriam percentuais bem superiores ao olho humano que acerta em 61% e 54% das vezes respectivamente. As entidades LGBTI estão torpedeando esse estudo.Temem o que acontecerá nos países onde o homossexualismo é crime. O estudo foi realizado com as imagens faciais de 35.326 pessoas que foram escolhidas em um site de encontros. Então, a homossexualidade "tá na cara"? Fecharam o "armário"? Basta pegar uma foto de seu vizinho, amigo, paquera ou primo para saber se ele é gay? Difícil acreditar, ainda que os algoritmos deixem insignificante margem para erros.

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