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Em Pauta

No Egito, a alta do trigo, levou à Primavera Árabe

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/01/2020 07:24
No Egito, a alta do trigo, levou à Primavera Árabe

Em 2011, iniciou-se a denominada Primavera Árabe. A imprensa Ocidental afirmava que os sangrentos protestos e manifestações ocorriam em favor da democracia. Não é o que diz um estudo aprofundado da Universidade de Oxford. Ainda que existisse a luta em favor da democracia, o que detonou o governo egípcio foi o elevado preço cobrado aos consumidores pelo trigo. Oxford conta que uma seca prolongada nas zonas cerealistas da China, levou os chineses a comprar trigo de fora. Um dos melhores trigos do mundo é o egípcio, e foi de lá que os chineses adquiriram os maiores volumes. A demanda elevou os preços para a população do Egito até o ponto de que não conseguiram mais pagá-lo. Estamos vendo o replay desse filme no Brasil da carne bovina?

No Egito, a alta do trigo, levou à Primavera Árabe

O clima destruiu o Império Romano?

Mas há outro elemento perigoso relacionado com os vai e vens climáticos: a propagação de enfermidades. Os mais recentes estudos mostram que houve uma mini-idade do gelo entre os séculos V e VII d.C. Essa mudança climática não só destruiu a lavoura egípcia - que alimentava Roma - como produziu enfermidades epidêmicas que os romanos não entendiam e não curavam. A fome e a mortandade levou Roma ao colapso, permitindo as "invasões bárbaras". A mais famosa das pestes que atingiram Roma foi a denominada "Antonina". Calculam os mortos em mais de 5 milhões de pessoas. A maioria das cidades perdeu um terço de seus habitantes. Alem dos milhões de habitantes nas cidades, um número não contabilizado de soldados nas fronteiras do leste do Império perdeu a vida.

No Egito, a alta do trigo, levou à Primavera Árabe

Uma mega seca derrubou o Império Assírio.

Um dos impérios mais longevos da história, o Assirio, comandou o Oriente Médio por aproximadamente 2 mil anos. Provavelmente, só perde para o Império Chinês que existiu por 3 mil anos. Os mais recentes estudos mostram que os medos e a Babilônia só conseguiram derrubar esse fabuloso Império devido a uma seca que durou terríveis 60 anos. A agricultura assíria - entre o norte do Iraque e a Síria - era cerealista é bem acomodada em um terreno razoavelmente seco. Nessa região não existiam irrigação artificial como a existente na Babilônia e nos mesos. A falta de colheitas exacerbou a instabilidade política na assíria. Alimentou tensões entre seu próprio povo e os povos subjugados. Uma aliança entre os mesos e babilônios arrasou a mítica Nínive, capital do Império Assírio. Muitos ainda negam a importância das mudanças climáticas. A história mostra que elas destroem populações e derrotam poderosos.

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