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Em Pauta

Nos tempos das velas e lampiões. Entre a fome e a luz

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 08/02/2024 08:12
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Até o final do século XVIII a qualidade da iluminação permanecera inalterada por cerca de 3 mil anos. Para os mais ricos, a luminária mais comum eram as velas, que podiam ser de dois tipos -  de sebo ou de cera. As de sebo, feitas de gordura animal derretida, tinham a grande vantagem de ser feitas em casa, com a gordura de qualquer animal abatido. Eram baratas. O sebo, no entanto, era um material irritante. Como derretia muito depressa, a vela gotejava e precisava ser aparada até 40 vezes por hora. O sebo queimava com luz inconstante, e cheirava mal. E quanto mais velha fosse a vela, mais malcheirosa.


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As velas de cera de abelha.

Muito superiores eram as velas de cera de abelha. Davam uma luz firme e precisavam ser aparadas com menos frequência, mas custavam de três a quatro vezes mais que as de sebo. Eram utilizadas somente pelos muito ricos. Em fase difíceis, muito comuns, os mais pobres, não tendo animais para abater, tinham de passar as noite com fome e no escuro. A iluminação das casas era um bom indicador da sua situação social.


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O papel fundamental do esterco.

Mas as velas eram um apanagio das casas urbanas, nas fazendas, onde vivia a maioria da população, a iluminação era à base de samambaias e, especialmente, de esterco. O esterco era recolhido seco e servia para iluminar. Não no MS, onde era comum, mas em outros lugares do Brasil, a perda de esterco fertilizante nos campos deixou muitas terras empobrecidas. Em alguns casos, acelerou o declínio da agricultura.


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Os sujos lampiões.

Para quem podia pagar, os lampiões eram a opção mais eficiente, mas o azeite, inicialmente, era caro e como sujava muito, requeria limpeza diária. Querosene em lampião veio bem depois, mas continuava a faina de limpeza diária. No decurso de uma única noite, um lampião podia perder 40% da luminosidade, à medida que acumulava fuligem. Chegava a estragar as roupas, e empretecer os narizes, devido ao excesso de sujeira.


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A lâmpada de  Argand.

Em 1.783, um físico suíço chamado Ami Argand inventou a primeira lâmpada. Aumentava enormemente a luminosidade pelo simples expediente de levar mais oxigênio para a chama. As lâmpadas de Argand tinham também um regulador que permitia girar e ajustar o brilho da chama - uma novidade que deixou todo mundo boquiaberto. Uma só lâmpada de Argand equivalia a seis velas. Argand nunca conseguiu riqueza. A Revolução Francesa destruiu o pouco que conquistara, impedindo que respeitassem sua patente.

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