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Em Pauta

O Che Guevara dos católicos

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/09/2017 11:24
O Che Guevara dos católicos

Se Cuba teve seu Camilo Cienfuegos (o mais famoso camponês revolucionário), Colômbia forjou Camilo Torres Restrepo. Ambos revolucionários. Os dois lutaram contra as elites. O colombiano faleceu há mais de 50 anos em sua primeira batalha como comandante do Exército de Libertação Nacional (ELN). Era filho de uma família ilustre e rica. Havia cursado ciência políticas na Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. Existem vários livros sobre esse padre revolucionário. Todos destacam sua luta pela reforma agrária na Colômbia. Ao regressar da Bélgica, ele lecionou em uma universidade colombiana. Após anos de agitação, foi demitido. Quando em 1964 o governo colombiano bombardeou alguns campos tomados pela esquerda, um genocídio impedido pelo padre Camilo, decidiu tornar-se guerrilheiro. Foi um enorme escândalo mundial. "Um padre comunista", estampavam os jornais da época. Após sua morte, novo escândalo: passou a ser denominado "O Che Guevara dos católicos". Foi o primeiro colombiano a ser reconhecido mundialmente. Depois dele só mais dois: Gabriel García Márquez e Pablo Escobar.
Sob a égide dessa memória, o Papa Francisco chegará à Colômbia para sacramentar a paz entre o governo e o ELN. A oposição ao governo vem lhe imputando severas críticas, a mais estridente é que Francisco seria membro e incentivador da Teologia da Libertação, um movimento dos católicos de esquerda que se perdeu no tempo. Será uma das mais duras provas do pontificado que Francisco enfrentou até agora. A maioria dos colombianos não aceita a paz sem julgamento dos guerrilheiros.

O Che Guevara dos católicos

Quando a Bíblia era escrita em vidro.

Durante séculos os livros eram escritos em latim. Durante mais de um milênio o povo não sabia ler. A capacidade de ler e escrever era limitada a poucos nobres e comerciantes, muitos religiosos e a quase todos "advogados" (homens da lei). Nessa sociedade de analfabetos havia ainda outro fator que era impeditivo para a leitura: o preço dos livros. Só existiam raríssimos livros escritos manualmente, uma tarefa difícil e dispendiosa. Os religiosos depararam-se com uma realidade dura para seus ensinamentos: como propagandear suas ideias? A alternativa, ainda que milionária, viria com os vidros, os vitrais das catedrais como foram denominados.
Os vitrais servia para educar o povo sobre as passagens bíblicas, em quadros isolados ou sequenciais. É isso mesmo, escreveram uma história em quadrinhos em vidros.
A técnica de pintura em vidro era antiga, vinha de vidraceiros do Líbano e da Síria que viveram no século I, logo após a morte de Cristo. Eles exportavam vidros coloridos para o Império Romano. Essa técnica só foi adotada pelas religiões muitos séculos depois. Os muçulmanos construíram suas mesquitas usando maravilhosos vitrais, mas limitando-se a motivos abstratos ou plantas, porque representar pessoas ou animais é considerado idolatria para essa religião. Os católicos contaram trechos da Bíblia em vitrais que começavam a ser construídos por peças de vidro coloridas quimicamente. Era a base para as imagens que eram pintadas por cima desses pequenos pedaços de vidro. O aspecto fragmentado dos vitrais existe porque cada parte de vidro era presa à outra com chumbo derretido. Na época não era possível criar grandes lâminas de vidro, apenas pecinhas. É provável que o mais antigo vitral católico esteja ainda nos dias atuais na igreja Notre-Dame de la Belle Verriére (Nossa Senhora do Belo Vitral), em Chartres, na França, que data de 1180.

O Che Guevara dos católicos

Libaneses são fenícios. Não são árabes.

O debate é antigo. Nos últimos decênios passou a ser revestido por tintas ideológicas. De um lado, muçulmanos extremistas afirmando que os libaneses são árabes; na outra trincheira, estão os nacionalistas garantindo que os libaneses não são árabes, mas fenícios. Estocam uns aos outros utilizando pedaços da história para comprovar suas teorias. A luz da verdade surgiu com a genética.
Um recente estudo genético comparou o DNA de cinco habitantes de Sidon - uma das principais cidades dos fenícios - que viveram há 3.700 anos com o DNA de 99 libaneses modernos. O resultado foi que, apesar dos múltiplos conquistadores que passaram pela região, os libaneses ainda têm 90% de genes em comum com os fenícios. É um achado de particular importância no Líbano e para os descendentes de libaneses que vivem fora da terra natal.
O estudo demonstrou que o DNA dos ancestrais era formado por uma população autóctone de 10 mil anos, mais migrantes do leste que chegaram a essas terras entre 6.650 e 3.550 anos e uma fração europeia, de entre 1.800 a 600 a.C..

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